Da Redação
O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) se posicionou oficialmente nesta terça-feira (8) contra a proposta que estaria sendo avaliada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) de reduzir o número de coordenadorias regionais de educação (CREs) de 30 para 12. O sindicato argumenta que a medida “tornaria ainda mais precário o atendimento realizado pelo Estado aos(às) educadores(as), que dependem dos órgãos para encaminhar diversas demandas relativas à sua vida funcional, e dificultaria o acesso a direitos para uma categoria que já sofre com o descaso, a miserabilidade e a desvalorização”.
Em entrevista a GauchaZH, publicada na segunda-feira (7), o secretário de Educação, Faisal Karam, citou a a redução das CREs como uma medida de combate a privilégios na Secretaria. Questionado se o número de coordenadorias iria das atuais 30 para 12, Karam disse que ainda não há uma definição, mas que a ideia é “racionalizar prédios, aluguéis e funcionários” a partir da concentração dos serviços prestados pelas CREs em um número menor de regiões e em locais que conciliem outros serviços prestados pelo Estado.
Em nota, o Cpers diz que o argumento de que a medida levaria à informatização e digitalização de documentos só seria válido caso grande parte dos procedimentos realizados pelas CREs não dependessem de atendimento presencial, como é o caso da atualidade.
Além disso, o sindicato aponta que, caso haja um enxugamento no número de coordenadorias, muitos professores estaduais não teriam condições financeiras para acessar a CRE mais próxima. “Servidores hoje lotados no município de Doutor Maurício Cardoso, por exemplo, precisariam tomar seis ônibus para ir e voltar da CRE de Cruz Alta caso a regional de Santa Rosa seja extinta. Este e muitos outros casos demonstram que há déficit, e não excesso, de pessoal e estrutura administrativa para atender a categoria”, diz o Cpers.
Por outro lado, o sindicato diz que o novo governo tem uma oportunidade de “demonstrar seu comprometimento com a educação” com as indicações as novas coordenações e equipes que trabalharão nos CREs.
“Basta que inverta a lógica vigente de tratar as CREs como instrumento político e cabide de empregos para agradar aliados. É hora de tratar com seriedade a administração da Seduc. São constantes as reclamações sobre a qualidade e eficiência do atendimento em diversas coordenadorias. Se há um problema, é preciso melhorar a gestão e os serviços prestados pelos órgãos regionais, e não submetê-los à lógica fria da tesoura para reduzir gastos”, afirma a nota do Cpers.
O secretário Karam e a direção do Cpers ainda não se reuniram desde o início da atual gestão. As duas partes dizem que um encontro deve ser realizado em breve.