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23 de janeiro de 2019
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17:28

Bolsonaro diz que militares ficarão para ‘segunda fase’ da reforma da Previdência

Por
Luís Gomes
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Bolsonaro diz que militares ficarão para ‘segunda fase’ da reforma da Previdência
Bolsonaro diz que militares ficarão para ‘segunda fase’ da reforma da Previdência
Bolsonaro já fala em deixar militares de fora da primeira fase da reforma da Previdência | Foto: José Cruz/ Agência Brasil

Da Redação

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) ainda não anunciou a sua prometida reforma da Previdência, mas já está falando de uma separação da proposta em mais de uma fase. Neste cenário, a Previdência de militares e pensionistas, responsável por quase um terço do déficit apontado, embora beneficie apenas 299 mil pessoas, ficará para uma segunda etapa, após a realização de uma reforma para a população civil.

Em entrevista publicada pela rede de notícias Bloomblerg nesta quarta-feira (23), Bolsonaro afirmou que o sistema de aposentadorias militar só será alterado na “segunda parte da reforma”. Na mesma entrevista, ele disse que pretende encaminhar ao Congresso uma reforma da Previdência com “cortes substanciais” e o estabelecimento de uma idade mínima. Segundo disse na entrevista concedida durante sua viagem à Suíça para participar do Fórum Econômico Mundial, as reformas são “vitais para as instituições federais continuarem operando”.

Também nesta quarta, o presidente em exercício, general Hamilton Mourão, corroborou a posição de que os militares deverão ficar para uma segunda parte da reforma. “Essa é a ideia do ministro da Defesa [general Fernando Azevedo e Silva] e do segmento militar”, disse Mourão, segundo o Valor Econômico.

Impacto dos militares na Previdência

Dados do Ministério da Economia demonstram que pensionistas e militares da reserva representam um peso desproporcional no déficit apontado na Previdência, 66 e 85 vezes maior, respectivamente, do que o beneficiário urbano do Regime Geral da Previdência Social (RGPS).

Entre janeiro e novembro de 2018, o déficit do regime militar de previdência cresceu 12,85% na comparação com o mesmo período do ano anterior, atingindo a marca de R$ 40,5 bilhões. Isso ocorre porque a arrecadação para o pagamento dos benefícios a 299 mil aposentados e pensionistas militares foi de R$ 2,1 bilhões no período, contra uma despesa de R$ 42,6 bilhões. Em média, os benefícios de militares da reserva somam R$ 13,7 mil mensais e os de pensionistas somam R$ 12,1 mil.

Enquanto isso, o déficit apontado pelo Ministério da Economia com os servidores públicos da União atingiu a marca de R$ 43 bilhões, mas possui R$ 632,5 mil beneficiários, que recebem R$ 9 mil em média. Já os beneficiários urbanos vinculados ao Regime Geral, que somam 33.755 milhões, recebem em média R$ 1,8 mil.


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