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8 de dezembro de 2018
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11:26

Um terço do alto escalão do governo Bolsonaro será ocupado por militares

Por
Sul 21
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Um terço do alto escalão do governo Bolsonaro será ocupado por militares
Um terço do alto escalão do governo Bolsonaro será ocupado por militares
O almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Júnior foi o sexto nome de militar a compor o ministério de Jair Bolsonaro | Foto: Ministério da Defesa/Divulgação

Rafael Tatemoto,
Brasil de Fato

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) terá ao menos um terço dos ministérios ocupado por militares, reformados e da ativa. Seis das pastas com status formal de ministério – que devem atingir o número de 22, sete a mais que o prometido na campanha – serão chefiadas por integrantes das Forças Armadas. Resta apenas a nomeação do ministro do Meio Ambiente.

O Gabinete de Segurança Institucional, a Defesa e a Secretaria de Governo serão ocupadas, respectivamente, por Augusto Heleno, Fernando Azevedo e Silva e Carlos Alberto dos Santos Cruz. Todos são generais da reserva. Na Infraestrutura, Tarcísio de Freitas é um dos poucos a não fazer parte do generalato: é capitão reformado do Exército.

Minas e Energia ficará com o único representante da Marinha: o almirante Bento Costa Lima. O astronauta e tenente-coronel reformado Marcos Pontes, que conduzirá a Ciência e Tecnologia, é o único egresso da Aeronáutica.

Outros dois generais da reserva estarão em secretarias que não terão status ministerial no governo Bolsonaro, mas eram tidas como pastas autônomas em governos anteriores e continuarão a exercer funções relevantes no próximo mandato: Maynard de Santa Rosa nos Assuntos Estratégicos e Floriano Peixoto Vieira Neto na Comunicação.

Ao todo, dos 24 postos – ministérios mais secretarias –, oito serão chefiados por integrantes das Forças Armadas. Essa proporção indica uma representatividade sem paralelos na história da Nova República, com o agravante de que o presidente será um capitão reformado e o vice, um general da reserva. Contabilizados os últimos dois cargos, no topo da estrutura de governo, é possível aferir que, a cada dez cargos chave, quatro estarão nas mãos de militares.

A composição inusitada dá continuidade à gestão de Michel Temer (MDB) em ao menos um aspecto. Desde a criação do Ministério da Defesa, em 2000, o cargo era ocupado por um não-militar – o que, simbolicamente, representava a subordinação das Forças Armadas ao poder civil. Essa tradição foi rompida em fevereiro de 2018, quando o general Joaquim Silva e Luna assumiu o posto.


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