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22 de novembro de 2018
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11:19

Haddad avalia entrar com ação contra WhatsApp nos EUA

Por
Luís Gomes
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Haddad avalia entrar com ação contra WhatsApp nos EUA
Haddad avalia entrar com ação contra WhatsApp nos EUA
Haddad se reuniu com as bancadas do PT no Congresso | Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Da RBA

Após reunião com as bancadas do PT da Câmara e do Senado e com parlamentares eleitos, nesta quarta-feira (21), Fernando Haddad declarou a intenção de construir uma “ampla frente (de oposição ao governo de Jair Bolsonaro) contra qualquer tipo de retrocesso no campo dos direitos”. O ex-prefeito paulistano anunciou ainda que poderá entrar com uma ação judicial contra o WhatsApp, “para que (a empresa) preste contas do que fez aqui (nas eleições de 2018), desconhecendo a jurisdição das autoridades brasileiras”.

Haddad informou que dirigentes da empresa no Brasil estão se recusando a abrir os dados sobre a onda de fake news na última semana do primeiro turno, o que fez alterar o quadro eleitoral, favorecendo sobretudo a candidatura de extrema direita do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).  “Queremos saber quem contratou, quantas mensagens foram disseminadas, para ludibriar quem?”, disse.

Ele afirmou que a iniciativa de ir à Justiça norte-americana está sendo avaliada, e que a intenção da possível ação não é ter acesso aos “micro dados” ou à privacidade das pessoas, mas que a empresa forneça “macros dados, para que eles digam o que aconteceu nas eleições brasileiras, quem financiou, quantas mensagens, para beneficiar quem? As redes sociais devem ser utilizadas em benefício das pessoas, não para destruir a democracia”.

Frentes no Congresso

Segundo Haddad, há a necessidade de serem criadas duas agendas para congregar forças diferentes: a defesa dos direitos sociais deve ser enfrentada por uma frente mais restrita à centro-esquerda, enquanto a defesa dos direitos civis pode ser formada por representantes de um espectro que congregue forças “até a centro-direita”.

“Há duas considerações. A primeira é sobre direitos sociais. A pauta dos direitos sociais vai definir um determinado recorte de alianças partidárias. Não vai congregar talvez um amplo espectro que possa somar forças com a centro-direita, que muitas vezes se alinha à agenda neoliberal”, disse. De acordo com ele, essa aliança fará a defesa, por exemplo, do Sistema Único de Saúde (SUS), e contra o contingenciamento de verbas voltadas a direitos da população relativos a serviços públicos.

“Entendemos que há uma outra agenda de direitos civis, que pode ser mais ampla e congregar setores do Congresso Nacional, inclusive da centro-direita, comprometidos com o não retrocesso”, disse. Segundo o ex-prefeito paulistano, essa segunda agenda conterá, por exemplo, a defesa da escola pública laica e do magistério brasileiro. A expectativa dos petistas é de que a frente de defesa dos direitos civis deve contar com apoio de setores que não concordam que “os professores sejam inimigos públicos número um”, por exemplo.

Haddad confirmou também que viajará aos Estados Unidos na semana que vem para participar de reunião da chamada “Internacional Progressista”, a convite do ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis. O movimento conta com a presença do senador norte-americano Bernie Sanders, do Partido Democrata dos Estados Unidos.

Em julho, Sanders, que foi pré-candidato ao governo dos EUA em 2016, assinou um documento junto a 28 parlamentares do partido Democrata em solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O lançamento do movimento está marcado para o dia 1º de dezembro em Nova York. Segundo a Folha de S. Paulo, o grego Varoufakis enviou uma carta a Haddad em 16 de novembro.

Haddad disse que a mobilização contra o crescimento da direita deve se estender à Europa, onde a “centro esquerda europeia se sente também ameaçada”, em países como Portugal, Itália, França e Alemanha, além dos sul-americanos Uruguai e Chile. “É preciso mobilizações internacionais, uma vez que o conservadorismo é mundial”, disse.

 

 


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