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17 de outubro de 2018
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22:23

Marchezan cobra produtividade da Câmara e vereadores reagem: “incompetência do governo”

Por
Sul 21
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Marchezan cobra produtividade da Câmara e vereadores reagem: “incompetência do governo”
Marchezan cobra produtividade da Câmara e vereadores reagem: “incompetência do governo”
Marchezan (E) e Nagelstein durante a posse do vereador como presidente da Câmara, em janeiro | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Da Redação*

Os vereadores de Porto Alegre reagiram, durante a sessão plenária desta quarta-feira (17), à nota publicada no site do jornalista Felipe Vieira durante a manhã, em que consta que o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) “espera maior produtividade” da Câmara até dezembro. Para o presidente da Casa, Valter Nagelstein (MDB), declarações são uma “tentativa de desgastar o Legislativo”.

Segundo o site, levantamento da Prefeitura mostra que a Câmara realizou até esta semana 100 sessões ordinárias e mais 17 extraordinárias, mas, para o prefeito, “não conseguiu levar à votação projetos importantes para a cidade”. Ainda segundo Felipe Vieira, assessores próximos de Marchezan teriam dito que a produção do Legislativo para o município foi muito pequena em 2018, “ano de Copa do Mundo e eleições gerais”.

Os vereadores, porém, encaram a questão de forma diferente. Para Nagelstein, a administração atual, a qual classificou como um “desastre”, é a culpada por não saber articular seus projetos junto à Casa. “Há dois anos não se consegue avançar um milímetro na agenda da cidade”, colocou o parlamentar, que acrescentou que as pautas da Prefeitura não progridem por “incompetência do governo” e não por falta de empenho dos vereadores. Segundo a Rádio Guaíba, André Carús (MDB) propôs que os parlamentares não votem as matérias do Executivo até que haja uma retratação pública por parte do prefeito.

O líder do governo na Câmara, Moisés Barboza (PSDB) se propôs a dialogar com a Prefeitura sobre as declarações, dizendo ter sido surpreendido pela coluna de Felipe Vieira. Segundo ele, a única informação que recebeu do secretário de Comunicação é de que “o prefeito não teria concedido nenhuma entrevista” durante a semana. “Com toda humildade e transparência terei que buscar no Paço Municipal o esclarecimento necessário”, disse.

Os parlamentares utilizaram o período de Lideranças da Sessão Ordinária para comentar as supostas declarações do prefeito. João Bosco Vaz (PDT) apontou que o próprio chefe do Executivo estaria trancando a votação de projetos dos vereadores, além de mandar “retirar quórum de onze sessões consecutivas” em votações de projetos próprios. O vereador disse que “ninguém aceita ser secretário” de Marchezan, afirmando que ele não possui equilíbrio emocional para ser prefeito. “Faz o seguinte, vai tomar um Gardenal, vai tomar um Rivotril, que essa Casa não aguenta mais”, ironizou.

Prefeito teria afirmado que Câmara não votou projetos importantes | Foto: CMPA

Para Sofia Cavedon (PT), o mal-estar entre o Executivo e o Legislativo não se originou no Parlamento, o qual teria feito inúmeros esforços para resolver a situação. “No mínimo, [a Prefeitura] deveria ter a dignidade de assumir que foi a Câmara que tratou da greve de 40 dias dos servidores municipais. Lamentável que o município tenha que conviver com um prefeito desta natureza”, declarou.

Já Dr. Thiago (DEM) traçou críticas mais duras a Marchezan, o qual disse estar se comportando como um “moleque” que “sai atribuindo suas irresponsabilidades aos outros”. Para ele, quem produz pouco e gera retrocesso à cidade é a Prefeitura. Ele citou, dentre outros casos, a votação do projeto do IPTU, cuja pauta havia sido acordada entre os líderes, mas o governo repetidas vezes retirou o quórum de sua base nas sessões de votações. “O desrespeito com o Parlamento mostra que ele não tem noção da posição que deveria ocupar”, disse, mencionando a necessidade de um pedido de desculpas.

De forma cautelosa, Prof. Alex Fraga (PSOL) disse que aguardaria a confirmação sobre a veracidade das informações, mas colocou que existem diversos outros motivos para criticar o governo, citando a situação de algumas escolas municipais. “Somos fiscalizadores, verificamos problemas. Diariamente percorremos a cidade, não existem momentos de descanso. Pedimos providências e elas não são atendidas. Que [o prefeito] olhe para seu umbigo e não nos envergonhe mais”, complementou.

*Com informações da Câmara Municipal de Porto Alegre


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