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29 de outubro de 2018
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02:04

Em pronunciamento após vitória, Leite reitera compromisso em pagar servidores em dia

Por
Sul 21
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Coletiva do governador eleito Eduardo Leite aconteceu no comitê de sua campanha | Foto: Guilherme Santos/ Sul21
Coletiva do governador eleito Eduardo Leite aconteceu no comitê de sua campanha | Foto: Guilherme Santos/ Sul21

Débora Fogliatto 

O governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), chegou a Porto Alegre pouco antes das 22h deste domingo (28) e foi recebido no comitê de sua campanha, no bairro São Geraldo. Anteriormente, ele acompanhou a contagem de votos em sua cidade natal, Pelotas, da qual foi prefeito até 2016. Em seu pronunciamento, prometeu priorizar a área da segurança e reiterou que tem como “grande meta” viabilizar o pagamento em dia dos servidores no primeiro ano de governo.

Leite começou seu discurso agradecendo a Deus e à família, lembrando de sua primeira campanha, feita aos 19 anos em Pelotas, quando concorreu ao cargo de vereador. Em seguida, afirmou que venceu a eleição “com sinceridade, com amor e não com ódio”. O vice-governador eleito, delegado Ranolfo (PTB), também foi muito lembrado durante sua fala e saudado pela militância que acompanhava a coletiva.

O tucano também lembrou o senador eleito Luiz Carlos Heinze (PP), que pretendia concorrer ao governo do Estado, mas teve que abrir mão do projeto para compor a chapa com o PSDB. “Fico muito feliz que ele tenha tido êxito em sua candidatura ao Senado”, afirmou Leite, citando ainda todos os partidos que compuseram sua coligação e a militância.

Leite mandou seu cumprimento ao atual governador, José Ivo Sartori (MDB), derrotado por ele nas urnas. “Nunca questionamos a sua disposição e a sua vontade, trabalhamos não contra o que está, mas a favor do que vem pela frente”, afirmou. Ele acrescentou ainda ter feito uma campanha “honesta e sem ataques pessoais”, mencionando as “fake news” contra ele propagadas pela campanha de seu adversário. Questionado se iria chamar o MDB para compor seu governo, Leite disse que é “natural que se estabeleça um diálogo”, mas não respondeu diretamente.

Leite disse ainda não ter nomes definidos para seu secretariado | Foto: Guilherme Santos/ Sul21

A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência também foi mencionada por Leite, embora sem entusiasmo. “O país tomou a sua decisão e ela tem que ser respeitada por todos, evidentemente que todos desejamos sucesso [a ele]. Quero colaborar na reconciliação do país para que a gente construa pontes”, disse. Dentre os militantes presentes, alguns usavam camisetas e adesivos em apoio a Bolsonaro.

Questionado sobre possíveis nomes para seu secretariado, Leite disse ser “supersticioso” e afirmou que o assunto não foi discutido antes da eleição. “Esse é um trabalho que será feito nos próximos dias, de forma tranquila, serena”. Uma das possíveis novidades mencionadas por ele seria uma secretaria específica para lidar com o sistema penitenciário, “para garantir investimentos que irão viabilizar novas estruturas, novas vagas, sem dispersar a atenção do futuro secretário de segurança, que poderá se focar no policiamento e inteligência”.

Leite afirmou que não estava nervoso nos últimos dias de campanha e que se sentiria realizado só de se “colocar à disposição”. “Já me sentia realizado por ter me oferecido como alternativa, me sentiria gratificado de qualquer forma. Já perdi eleições também, a política é uma longa jornada, a gente não precisa se preocupar com derrotas imediatas”, afirmou. Perguntado sobre a ausência do prefeito Nelson Marchezan Júnior em suas propagandas, Leite disse que os dois são grandes amigos e que as peças se focaram em seu projeto para o Estado.

Nos próximos dias, o governador eleito afirmou que irá começar o processo de transição e mencionou que fará parcerias com a iniciativa privada e pretende reduzir impostos. “A segurança pública vai ter muita atenção e vamos trabalhar muito para que os serviços da saúde sejam restabelecidos para sua normalidade. Daremos muita atenção aos nossos professores, com quem pretendemos trabalhar com grande parceria. Todos os servidores públicos do Estado merecem nosso reconhecimento e, por isso, mantemos como nossa grande meta no primeiro ano viabilizarmos o pagamento em dia dos servidores”, garantiu.

Militantes e apoiadores comemoram a vitória de Eduardo Leite em frente ao comitê | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Afirmando que fez uma campanha transparente, Leite assegurou que nada do que fará depois de eleito será diferente do prometido. Mencionou ainda que irá manter projetos que tenham dado certo e dará continuidade às tratativas do plano de recuperação fiscal, mas de forma diferente da feita por Sartori. “Regime de recuperação fiscal não é a única solução, a solução é o que vai ser feito nesse período para que se crie riquezas. Se não, seria só o adiamento do colapso das contas do Estado”.

Questionado sobre possíveis políticas para a população LGBT e pessoas negras, Leite disse que defende o respeito à diversidade e que fará um governo com inclusão de todas as minorias, mencionando também as pessoas com deficiência. “O governo deve proteger quem é mais vulnerável, e nisso estão incluídas as minorias. Será um governo de inserção, de participação das mulheres”, assegurou, acrescentando que pretende governar com grande participação popular.


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