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8 de outubro de 2018
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16:36

Câmara tem maior renovação dos últimos 24 anos, mas fica mais conservadora

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Sul 21
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Câmara tem maior renovação dos últimos 24 anos, mas fica mais conservadora
Câmara tem maior renovação dos últimos 24 anos, mas fica mais conservadora
Mais da metade dos atuais deputados federais não voltarão à Câmara em 2019, mas parlamentares que chegam vão aprofundar o conservadorismo e as negociações por aprovação de matérias. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Hylda Cavalcanti
Da RBA

A  Câmara dos Deputados terá 53,4% de sua composição composta por novos eleitos, a maior renovação dos últimos 24 anos – uma alteração que só foi observada anteriormente nas eleições de 1990 e 1994. Para o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o cientista político Antonio Augusto de Queiroz, o Toninho, a mudança foi maior do que a esperada.  “Foi um resultado que superou nossas expectativas, pois em todos os outros anos, depois de 1994, a mudança dos quadros ficou abaixo dos 50%”, afirmou.

O analista afirma que a chegada de novos parlamentares à Câmara decorre principalmente da grande votação recebida por candidatos do PSL, de Jair Bolsonaro,que esperava eleger no máximo 30 deputados e acabou elegendo 52.

Do total de parlamentares eleitos ontem (7), 274 são novos nomes, que serão empossados na Câmara pela primeira vez em janeiro de 2019. E 239 foram reeleitos. Em 2014, o percentual de renovação foi de 46,7% e em 2010, de 44,25%.

De acordo com a avaliação do Diap, o aumento da bancada do PSL, que passará a ser a segunda maior legenda da Casa, e o número de parlamentares novos de outros partidos fará a Câmara ainda mais conservadora que a legislatura atual.

A tendência é de predomínio das chamadas “bancadas BBB”: a da bala (dos parlamentares que representam forças policiais e militares), do boi (os que integram o setor ruralista) e da bíblia (evangélicos).

Por outro lado, Toninho ressalta que a boa votação de deputados do PT ajudará a fazer o contraponto com essas forças.  Ele alerta, porém, para a tendência de as bancadas conservadoras virem a atuar para negociar a aprovação e discussão de matérias de acordo com seus interesses de momento.

Já no Senado, a renovação foi intensa. Dos 32 parlamentares que já exerciam mandatos e se candidataram, apenas oito conseguiram se reeleger. Ficaram de fora “caciques” como o próprio presidente da Casa, Eunício Oliveira (MDB-CE), o líder do governo no Congresso, Romero Jucá (MDB-RR), além de nomes “tradicionais”, como Cristóvam Buarque (PPS-DF), Roberto Requião (MDB-PR) e Magno Malta (PR-ES).


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