Artistas defendem candidatura de Haddad em cortejo cultural pela democracia

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Sul 21
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Centenas de artistas reunidos no cortejo pela cultura e democracia em Porto Alegre | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Débora Fogliatto

Músicos, dançarinos, atores, diretores e diversos outros artistas estiveram reunidos nesta quinta-feira (18) no Cortejo pela Democracia e Liberdade, no centro de Porto Alegre. A caminhada, sempre animada por batuques e pela cantoria dos militantes, iniciou na Praça da Alfândega, de onde seguiu para a Esquina Democrática e, em seguida, para o Largo Glênio Peres, onde houve apresentação do grupo Maracatu Trovão.

“Ô abre alas que eu quero passar, é no Haddad que eu vou votar” era uma das músicas entoadas pelos artistas enquanto caminhavam pelas ruas do centro da Capital. Além deles, militantes de partidos políticos como PT, PSOL, PCdoB e PCB também estiveram presentes, incluindo as vereadoras Fernanda Melchionna (PSOL) e Sofia Cavedon (PT) e a deputada eleita Luciana Genro (PSOL), as quais têm estado na linha de frente de diversas manifestações a favor da candidatura de Fernando Haddad (PT) e em defesa da democracia.

Elas foram algumas das participantes que fizeram falas ao longo do cortejo. “Estamos aqui com músicos, artistas, diretores, atores, mas sobretudo lutadores em um tempo muito difícil em que enfrentamos a extrema direita”, afirmou Fernanda, que foi eleita deputada federal no último dia 7. Ela acrescentou que Bolsonaro representa “o que há de pior no sistema político apodrecido” e citou as denúncias divulgadas nesta quinta-feira de que o candidato do PSL estaria se beneficiando de Caixa 2 de empresas, que financiariam sua campanha a partir de grupos do WhatsApp.

Fernanda também mencionou a importância de a população seguir mobilizada, independentemente do resultado das urnas. “Virando esse jogo ou não, o terceiro turno é na rua”, apontou. Em seguida, Sofia lembrou que “a cultura e a educação são os primeiros que eles atacam para retirar direitos em projetos de ruptura democrática”. Para a deputada estadual eleita, Bolsonaro esconde seu projeto econômico, “que é o das elites e da venda de patrimônio”.

Em cortejo, artistas defenderam candidatura de Haddad e criticaram Bolsonaro | Foto: Guilherme Santos/Sul21

Ao chegar à Esquina Democrática, os participantes entoavam “Haddad sim!” ao som de tambores de integrantes dos grupos Turucutá, Mocidade Independente e Bloco da Diversidade, além do Maracatu. A “tribo de atuadores” Ói Nóis Aqui Traveiz, um dos grupos teatrais com maior tradição na cidade, também era um dos que puxava o ato, com faixas com os dizeres “Haddad sim! Trabalho, moradia e comida para todos”.

Houve ainda uma apresentação de artistas, professores e estudantes ligados ao Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que fizeram uma intervenção teatral e musical abordando temas sociais, especialmente o racismo, em que mesclavam ritmos de capoeira com músicas de resistência da época da ditadura. Eles citaram também Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada no Rio de Janeiro no ano passado, e Moa do Catendê, mestre de capoeira morto na Bahia por um apoiador de Bolsonaro após se posicionar a favor da candidatura de Haddad.

O diretor e ator Zé Adão Barbosa, um dos nomes mais conhecidos na cena teatral gaúcha e fundador da Casa de Teatro de Porto Alegre, contou sua história como filho de preso político e disse não querer perder a democracia. “Nós, da cultura, sabemos muito bem como nosso ofício fica na ditadura. Estamos prestes a sermos presididos por um vigarista, um bandido. O número dele deveria ser 171 e não 17”, criticou.

O cortejo seguiu para o Largo Glênio Peres, ao som de “1, 2, 3, 4, 5, mil, queremos o Haddad presidente do Brasil”. No local, após a apresentação da Maracatu, o advogado Mário Madureira, da frente Juristas pela Democracia, disse que Bolsonaro é contra “todos os brasileiros” e criticou a sua categoria. “A entidade dos advogados deveria estar ao lado da luta cidadã. Estamos vivendo um dos momentos mais difíceis e desafiadores da história do nosso país”, afirmou.

Em seguida, o cortejo continuou caminhando pelas ruas Marechal Floriano Peixoto e Salgado Filho, retornando à Esquina Democrática, onde pararam por alguns minutos e, em seguida voltaram à Praça da Alfândega.

Galeria de fotos:

Foto: Guilherme Santos/Sul21
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Vereadora Fernanda Melchionna | Foto: Guilherme Santos/Sul21
Vereadora Sofia Cavedom | Foto: Guilherme Santos/Sul21
Ator e diretor Zé Adão Barbosa | Foto: Guilherme Santos/Sul21
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