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1 de outubro de 2018
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21:35

A menos de uma semana da eleição, Moro retira sigilo de delação de Palocci

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Sul 21
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A menos de uma semana da eleição, Moro retira sigilo de delação de Palocci
A menos de uma semana da eleição, Moro retira sigilo de delação de Palocci
Segundo Zanin, Moro está tentando influenciar as eleições ao liberar o sigilo de uma delação que não pode ser usada no processo | Foto: Reprodução e Rovena Rosa/ABR

Da Redação*

A menos de uma semana da eleição, o juiz federal Sergio Moro retirou o sigilo de parte da delação premiada do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que, no trecho liberado, narra o suposto loteamento de cargos na Petrobras para recolher recursos para campanhas do PT e a suposta participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reuniões para tratar de esquemas de corrupção na estatal.

O advogado Cristiano Zanin, defensor de Lula, emitiu nota na tarde de hoje (1º) criticando a retirada do sigilo. Segundo Zanin, a peça não pode ser utilizada na ação contra o ex-presidente e foi anexada ao processo “com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados”. Em 2016, às vésperas do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, Moro divulgou o conteúdo de uma conversa dela com Lula que, embora não houvesse qualquer ilegalidade, foi amplamente divulgada na imprensa. No final de setembro daquele ano, determinou a prisão de Antonio Palocci a poucos dias do primeiro turno das eleições municipais.

“A conduta adotada hoje pelo juiz Sérgio Moro na Ação Penal nº 5063130-17.2016.4.04.7000 apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta ao ex-presidente Lula”, criticou o advogado. “Palocci, por seu turno, mentiu mais uma vez, sem apresentar nenhuma prova, sobre Lula para obter generosos benefícios que vão da redução substancial de sua pena – 2/3 com a possibilidade de ‘perdão judicial’ – e da manutenção de parte substancial dos valores encontrados em suas contas bancárias”, completou Zanin.

A ação citada apura a compra de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e de um terreno onde seria construída uma nova sede para o Instituto Lula. Zanin ressaltou que a delação de Palocci já havia sido descartada pelo Ministério Público Federal. Quem autorizou a coleta do depoimento foi o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o mesmo que aumentou a pena de Lula na segunda instância para 12 anos e um mês de prisão.

O ex-ministro acusou Lula de utilizar a Petrobras e o pré-sal como moeda de troca para financiar campanhas do PT. Segundo ele, a indicação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa foi realizada com o objetivo de garantir um esquema para desvios na estatal – embora o engenheiro tenha ingressado na Petrobras em 1977 e passado a ocupar cargos de direção em 1995, sob o governo FHC. Palocci foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e com o acordo delação cumprirá apenas um terço da pena.

*Com informações da RBA


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