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28 de setembro de 2018
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19:39

Mulheres lideram convocação de atos contra Bolsonaro em todo o Brasil neste sábado (29)

Por
Sul 21
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Mulheres lideram convocação de atos contra Bolsonaro em todo o Brasil neste sábado (29)
Mulheres lideram convocação de atos contra Bolsonaro em todo o Brasil neste sábado (29)
Foto: Divulgação/ Facebook

Da Redação*

Dezenas de atos contra o candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) acontecem neste sábado (29) organizados por mulheres em todo o país e até fora dele. Os protestos acontecem na onda do movimento #EleNão, iniciado nas redes sociais a partir do grupo de Facebook Mulheres Unidas contra Bolsonaro, que já reúne quase 4 milhões de participantes. Em Porto Alegre, o ato acontece a partir das 15h, no Parque Farroupilha (Redenção).

O maior dos eventos no Facebook para a manifestação em Porto Alegre, criado pela página Mulheres Contra o Fascismo, já conta com mais de 22 mil confirmados e 41 mil interessados. Outro evento criado por coletivos LGBTs já tem mais de 5,8 mil confirmados e 11 mil interessados, mas como está marcado para o mesmo horário, na prática a mobilização será a mesma. Nas redes, para evitar usar o nome do candidato, militantes se referem a ele como “coiso”, “elenão” e fazer trocadilhos com o nome, como “Bonoro”, “Bozonaro”, entre outras.

As mobilizações pelas redes, em geral, mencionam uma série de manifestações preconceituosas e agressivas do candidato ao longo dos anos contra mulheres, homossexuais, quilombolas e demais minorias. Em um dos episódios mais conhecidos, em 2014, Bolsonaro disse à colega deputada federal Maria do Rosário (PT) que não a estupraria porque ela era “muito feia”. A declaração lhe rendeu um processo, pelo qual foi condenado no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ano passado, tendo que pagar R$ 10 mil para Maria do Rosário.

Atos acontecem devido a alegações machistas e homofóbicas de Bolsonaro | Foto: Guilherme Santos/Sul21

O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) também chama os servidores públicos municipais a participarem da manifestação, com concentração tendo início às 12h30 na Redenção. Às 13h30, estão marcadas oficinas de percussão, de cartazes e estamparia de camisetas. “Por ser uma manifestação tão ampla, a organização está focada em garantir a presença e a segurança de todos. Haverá uma equipe fazendo o monitoramento e acompanhando o ato, devidamente identificada. Convidamos todos a virem com suas famílias, homens e mulheres, filhos e filhas, para caminharmos juntos contra a onda do ódio e do fascismo no país, a qual o candidato Jair Bolsonaro representa e incentiva”, afirma o sindicato em nota.

O evento na capital contará com a participação de artistas, entre eles a banda Francisco, el hombre, Nei Lisboa, AS Batucas, Negra Jaque e La Digna Rabia.

Diversas cidades gaúchas no interior, serra e litoral também devem realizar atos. Segundo o coletivo Juntas, em Osório, as manifestação acontece a partir das 14h na Praça da Matriz; em Santa Cruz do Sul às 15h, na Praça da Bandeira; em Pelotas às 17h, no Largo do Mercado Central; em Caxias do Sul às 15h, na praça Dante Aliguieri; e em Erechim, às 14h na Praça dos Bombeiros. Atos estão marcados ainda em Gravataí, Alegrete, Passo Fundo, Tramandaí, Bagé e São Borja.

Segundo a última pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira (27), o candidato do PSL tem 33% das intenções de voto no Rio Grande do Sul, contra 20% de Fernando Haddad (PT). Já em pesquisa que abrange o país inteiro, de acordo com o mesmo instituto, Bolsonaro aparece com 27% e Haddad com 21%. Ou seja, a porcentagem de votos em Bolsonaro no Estado é maior que a média nacional.

Em todas as capitais brasileiras há atos marcados, assim como na Argentina, no Uruguai e em países com grande presença de imigrantes brasileiros, como Alemanha, Austrália, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Itália, Nova Zelândia e Portugal.

Manifesto contra Bolsonaro

O grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro lançou um manifesto em que explica os motivos pelos quais não quer o candidato como presidente da República. “Jair Bolsonaro despreza negros, indígenas, homossexuais e todas as que lutam em defesa dos direitos das mulheres. Considera quilombolas ‘vagabundos’. Faz apologia à cultura do estupro. Diz que o nascimento de sua única filha mulher foi uma ‘fraquejada’. Insiste que não há nada a fazer quanto à diferença salarial entre homens e mulheres. Para ele, dar ‘porrada’ em meninos impede que eles ‘se tornem’ gays. Seu vice na chapa, o General Mourão, declarou que famílias criadas por mães e avós são fábricas de desajustados”, relatam.

Grupo Mulheres Unidas contra Bolsonaro tem mais de 3 milhões de participantes no Facebook | Foto: Reprodução/ Facebook

O manifesto ainda lembra da posição do deputado em votações realizadas na Câmara, como ter votado a favor do congelamento dos gastos com saúde, educação e assistência social por 20 anos. O voto favorável à Reforma Trabalhista e à Lei das Terceirizações também é mencionado, assim como a defesa do candidato ao armamento. “Não queremos ditadura ou fascismo nem a ampliação da matança policial-militar nas ruas responsável pelo genocídio da juventude negra. Queremos liberdade, igualdade, justiça social e direitos! Bolsonaro é tudo que o Brasil não precisa para superar a crise e avançar”, afirmam.

Artistas gravam depoimentos

Diversas artistas, especialmente atrizes e cantoras, manifestaram seu apoio pela campanha #EleNão gravando vídeos e divulgando nas redes sociais, entre elas Tereza Cristina, Bruna Linzmeyer, Daniela Mercury, Anitta, Letícia Spiller, Maria Gadú, Sophie Charlotte, Marília Mendonça, Letícia Colins e Paula Burlamarqui. A cantora Marília Mendonça, inclusive, inicialmente postou um vídeo, mas acabou deletando por afirmar ter recebido ameaças contra sua pessoa e sua família.

Ato a favor de Bolsonaro

A capital gaúcha será palco também de um ato de apoiadores de Bolsonaro. A manifestação está marcada para este domingo (30), às 15h, no Parcão. O local é o mesmo parque, no bairro de classe média-alta Moinhos de Vento, em que foram realizados diversos atos contra a então presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2015 e 2016.

*Com informações da RBA e do Brasil de Fato


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