Últimas Notícias>Política
|
9 de setembro de 2018
|
13:25

Lula concorrer sub judice dificulta estabilidade, diz comandante das Forças Armadas

Por
Luís Gomes
[email protected]
Lula concorrer sub judice dificulta estabilidade, diz comandante das Forças Armadas
Lula concorrer sub judice dificulta estabilidade, diz comandante das Forças Armadas
O comandante das Forças Armadas, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Da Redação

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o general Eduardo Villas Bôas, chefe das Forças Armadas, expressou preocupação com o acirramento das divisões no país, o que, segundo ele, pode minar a governabilidade e a legitimidade do próximo governo eleito. Villas Bôas expressou que há preocupação dos militares com a candidatura do ex-presidente Lula, criticando a decisão da ONU sobre o direito dele concorrer nas eleições e afirmando que o “pior cenário” é alguém concorrer sub judice.

“O pior cenário é termos alguém sub judice, afrontando tanto a Constituição quanto a Lei da Ficha Limpa, tirando a legitimidade, dificultando a estabilidade e a governabilidade do futuro governo e dividindo ainda mais a sociedade brasileira. A Lei da Ficha Limpa se aplica a todos”, disse Villas Bôas. Sobre a decisão da ONU, o general disse: “É uma tentativa de invasão da soberania nacional. Depende de nós permitir que ela se confirme ou não. Isso é algo que nos preocupa, porque pode comprometer nossa estabilidade, as condições de governabilidade e de legitimidade do próximo governo”, afirmou.

No entanto, ao ser questionado sobre qual seria a posição das Forças Armadas, caso Lula consiga de fato concorrer e ganhe as eleições, ele disse que não há hipótese de uma quebra de ordem institucional. “Quem chancela isso é o povo brasileiro”, disse.

Ao longo de toda a entrevista ao Estadão, Villas Bôas manteve o tom de preocupação com a legitimidade do próximo presidente, salientando que, diante do cenário eleitoral, ele pode ter sua legitimidade contestada. “O atentado confirma que estamos construindo dificuldade para que o novo governo tenha uma estabilidade, para a sua governabilidade, e podendo até mesmo ter sua legitimidade questionada”, disse. “Por exemplo, com relação a Bolsonaro, ele não sendo eleito, ele pode dizer que prejudicaram a campanha dele. E, ele sendo eleito, provavelmente será dito que ele foi beneficiado pelo atentado, porque gerou comoção. Daí, altera o ritmo normal das coisas e isso é preocupante”.

Confira a entrevista completa.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora