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15 de agosto de 2018
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19:43

‘Vamos sair de Brasília com Lula candidato’, diz PT antes do registro da candidatura

Por
Luís Gomes
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Lideranças do PT e do PCdoB participaram da coletiva em Brasília | Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

Da Redação

Em entrevista coletiva realizada antes do registro oficial da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República, representantes do PT e da chapa presidencial do partido defenderam o direito de ele ser candidato e voltaram a criticar o juiz Sérgio Moro, autor da sentença de primeira instância que levou à prisão do ex-presidente.

Presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann saudou o fato de que milhares de pessoas, liderados por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), participam de uma marcha em Brasília nesta quarta-feira (15) justamente para acompanhar o registro da candidatura de Lula.

“Hoje é um dia histórico na caminhada política do povo brasileiro. Temos uma multidão em Brasília para fazer o registro da candidatura do presidente Lula”, disse Gleisi. “Vamos sair de Brasília hoje com Lula candidato a presidente da República. E com Fernando Haddad candidato a vice. A partir de hoje enfrentamos uma nova luta no processo eleitoral”.

Presidente nacional do PCdoB, que compõe a chapa petista, a deputada federal Luciana Santos afirmou que as pessoas que participam da marcha em Brasília representam os eleitores contrários a perda de direitos que ocorre no governo de Michel Temer (MDB). “Essas forças políticas que hoje se unem aqui em Brasília em torno desse projeto eleitoral têm a certeza que o Brasil já não suporta mais a retirada de direitos”.

Escolhido para ser registrado como candidato a vice neste momento (com a possibilidade de ser substituído por Manuela D’Ávila se a candidatura de Lula não for impugnada) e provável substituto de Lula em caso de impugnação da candidatura, Fernando Haddad questionou a maneira como o ex-presidente tem sido tratado pela Justiça, que o impede de conceder entrevistas ou participar de debates.

Milhares participam de marcha em Brasília para acompanhar o registro da candidatura de Lula | Foto: Leonardo Milano/MST

“Não é democrático que a voz do presidente Lula, que o voto de quase metade dos eleitores, não chegue ao povo. Enquanto a candidatura de Lula estiver sob judice, ela goza das mesmas prerrogativas que as outras”, disse o ex-prefeito de São Paulo.

Haddad também questionou o fato de o juiz Sérgio Moro ter determinado nesta quarta o adiamento para novembro de um depoimento de Lula que estava marcado para o dia 11 de setembro sob a justificativa de que poderia interferir no processo eleitoral. “É curioso que, na oportunidade em que o Lula tem de se defender, é cassado o direito dele de falar”, disse Haddad.

Governador do Piauí, Wellington Dias também criticou a atuação do judiciário no processo de Lula. “Em que lugar no planeta tivemos um ato com milhares de pessoas para registrar um candidato? Estamos vivendo um momento em que a Constituição não está sendo respeitada”, afirmou.

Gleisi ainda esclareceu que a campanha de Lula, com Haddad falando como seu representante e a futura vice Manuela também participando, irá começar amanhã. “Nós vamos ganhar a eleição. E o prazo é curto, então vamos começar imediatamente. Contrariando a opinião de alguns juízes, quem vai decidir a eleição é o povo”, concordou o governador da Bahia, Rui Costa.


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