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27 de maio de 2018
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13:11

Governo avalia congelar diesel por 60 dias em nova tentativa de encerrar greve dos caminhoneiros

Por
Luís Gomes
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Governo avalia congelar diesel por 60 dias em nova tentativa de encerrar greve dos caminhoneiros
Governo avalia congelar diesel por 60 dias em nova tentativa de encerrar greve dos caminhoneiros
Crise de desabastecimento se estende pelo Brasil desde quarta-feira (23) | Foto: Joana Berwanger/Sul21

Da Agência Brasil

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun, comprometeu-se a apresentar, neste domingo (27), ao presidente Michel Temer novas propostas do movimento dos caminhoneiros no esforço de acabar com a paralisação. Os caminhoneiros apelaram ainda que as medidas sejam estendidas a todo território nacional.

Os manifestantes querem desconto de 10% no valor do diesel que será cobrado na bomba, a ampliação desta redução de 30 para 60 dias e o fim da suspensão da cobrança de tarifa de pedágio para eixo elevado dos caminhões para todo o país.

Ao longo deste domingo, Marun e ministros de várias áreas se reunirão no Palácio do Planalto, no gabinete de gestão de crise, na tentativa de encerrar a paralisação. Ontem (26), o dia também foi de reuniões, no Palácio do Planalto.

As reivindicações dos caminhoneiros, identificados como líderes do movimento, foram apresentadas a Marun, ontem à noite, após mais de duas horas de reunião, na sede do governo paulista, com o ministro e o governador de São Paulo, Márcio França (PSB).

Os representantes do movimento de paralisação em São Paulo se comprometeram com o ministro a repassar o acordo aos caminhoneiros de outros estados por grupos de WhatsApp da categoria, caso a resposta do governo federal seja positiva. Uma nova reunião com o governador Márcio França está marcada para hoje à tarde e uma entrevista coletiva está prevista para as 15h.

Ministro Carlos Marun concede entrevista no Palácio do Planalto | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Bloqueios

Até as 19h de sábado, havia 586 pontos ativos de bloqueios por manifestações de caminhoneiros, informou há pouco a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo a corporação, a maioria dos bloqueios é parcial e sem prejuízo à livre circulação.Também foram registrados 577 pontos desbloqueados de 0h a 19h. No fim da manhã, a PRF registrava 596 pontos bloqueados e 544 liberados. O Rio Grande do Sul concentra a maior parte dos bloqueios, 94, seguido por Santa Catarina, com 68, e Minas Gerais, com 57.

Situação nos aeroportos

Em pelo menos 14 aeroportos administrados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) falta combustível para abastecer as aeronaves, na manhã de hoje (27). A empresa é responsável por 54 aeroportos em todo país. O balanço foi concluído às 7h30.

Os aeroportos com falta de combustível até o começo da manhã de hoje são: Carajás (PA), São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Ilhéus (BA), Goiânia (GO), Campina Grande (PB), Juazeiro do Norte (CE), Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Vitória (ES), Petrolina (PE), Joinville (SC) e João Pessoa (PB).

A Infraero informou que os aeroportos estão abertos e têm condições de receber pousos e decolagens. Nos terminais em que o abastecimento está indisponível, as aeronaves que chegarem só poderão decolar se tiverem combustível suficiente para a próxima etapa do voo.

Investigação de locaute

Na noite de sábado, o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, informou que a Polícia Federal (PF) abriu 37 inquéritos em 25 estados para investigar se houve apoio de empresas de transporte à paralisação dos caminhoneiros, o chamado locaute, o que é ilegal e punível com prisão e multa.

Ele  disse que já podem ter ocorrido prisões, mas não deu detalhes. “Temos comprovado seguramente que essa paralisação, em parte teve desde o início, a promoção e o apoio criminoso de proprietários, patrões de empresas transportadoras que podem ter certeza, irão pagar por isso”, disse.

As situações que, caso comprovadas, podem se enquadrar na prática de locaute, de acordo com Jungmann, são: empresas que não permitem ou não mobilizam os motoristas para entrega de cargas e que dão suporte seja financeiro, seja com fornecimento de alimento ou ordem para que os motoristas permaneçam paralisados.

Segundo ele, o setor de transporte de cargas é concentrado em poucas empresas de grande porte. “A Polícia Federal está intimando todas essas empresas, não apenas as que são suspeitas, mas todas para apresentar as consequências e as decisões tanto do governo quanto do Supremo Tribunal Federal”, acrescentou o ministro.


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