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11 de maio de 2018
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14:10

Documentos que poderiam comprovar envolvimento de Geisel em execuções foram destruídos, diz Exército

Por
Sul 21
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Ditadura. Pichação no Centro do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1979. Arquivo Nacional, Serviço Nacional de Informações

Da Redação

O Exército Brasileiro se manifestou em nota sobre a notícia de que o presidente General Ernesto Geisel (1974-1979), teria autorizado a execução de opositores da ditadura militar. No texto publicado pela Agência Brasil, o Centro de Comunicação Social do Exército diz que “os documentos sigilosos, relativos ao período em questão e que eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados foram destruídos”, seguindo normas da época.

O envolvimento de Geisel com as execuções sumárias foi revelado nesta quinta-feira (10), através de uma publicação do historiador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Matias Spektor, citando documentos da CIA. Os relatórios tiveram o sigilo levantado em 2015. O professor qualificou a descoberta como “o documento mais perturbador que leu em 20 anos de pesquisa”.

O documento, que pertence ao Departamento de Estado dos Estados Unidos, revela que assim que tomou posse Geisel autorizou o Centro de Inteligência do Exército (CIE) a seguir com as execuções dos opositores da ditadura, política adotada no governo de Emílio Garrastazu Médici, limitando aos mais “perigosos subversivos”. A ordem foi dada ao general que se tornaria seu sucessor, João Baptista Figueiredo, o último presidente do regime.

O memorando assinado pelo diretor da CIA, Willian Colby, e endereçado ao secretário de Estado, Henry Kissinger, diz que a ordem era para que toda pessoa detida pelo CIE como “subversiva” deveria ser encaminhada ao General Figueiredo, que daria ordem para execução. O último presidente militar, que promulgou a Lei de Anistia em seu governo, foi quem teria insistido para que as execuções continuassem.

O Exército não se manifestou a respeito nem em seu site oficial, nem nas redes sociais. Generais que costumam comentar política nacional, como o comandante general Eduardo Villas-Bôas ou o pré-candidato ao governo do Distrito Federal pelo PRP, general Paulo Chagas, também não se pronunciaram sobre o caso até o momento.

Confira a nota publicada pela Agência Brasil:

“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que os documentos sigilosos, relativos ao período em questão e que eventualmente pudessem comprovar a veracidade dos fatos narrados foram destruídos, de acordo com as normas existentes à época – Regulamento da Salvaguarda de Assuntos Sigilosos (RSAS) – em suas diferentes edições”.


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