Da Redação
A previsão inicial da Polícia Federal era de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixasse a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, em direção ao Aeroporto de Congonhas, por voltas das 16h30. A militância que ocupa o entorno do prédio desde quinta-feira (5), porém, decidiu marcar posição.
Todas as saídas e mesmo passagens internas do edifício estariam obstruídos por militantes que não querem deixar Lula se entregar. O ex-presidente chegou a embarcar em um carro, junto com um de seus advogados, Cristiano Zanin, mas teve que desembarcar e voltar para dentro do Sindicato.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, tenta negociar com os manifestantes uma maneira de liberar vias para saída do carro.
“Quando Lula tomou a decisão, ele tomou a decisão baseada em uma situação. A resistência nós podemos fazer. Mas a leitura que fazemos aqui não é a nossa resistência mas é a resistência dele”, afirmou ela no carro de som. Segundo Gleisi, a PF deu meia hora para que a situação seja resolvida ou Lula será responsabilizado.
Militantes chegaram a arrancar o portão da saída por onde o veículo passaria. Várias pessoas estão sentadas no chão para impedir passagem. Um vídeo publicado pelo coletivo Mídia Ninja mostra o público cantando “Moro quer Lula? Vem buscar então!”
“Moro quer lula, vem buscar então!”
Manifestantes impedem a saída de Lula do Sindicato dos Metalúrgicos e permanecem sentando em frente às saídas do local. #EuSouLula #LulaLivre #JamaisAprisionaraoNossosSonhos
Vídeo: Mídia NINJA pic.twitter.com/g37CPOIjoW— Mídia NINJA (@MidiaNINJA) April 7, 2018
Segundo a RBA, há movimentação também em Congonhas, para tentar impedir o embarque. Enquanto no ABC gritam “não vai sair”, no aeroporto o grito é de “não vai entrar”.
Amigos do ex-presidente admitem que há dificuldades de ele deixar a sede do sindicato. Todos os portões estão ocupados por manifestantes. “Negócio é esperar”, disse um deles. A presença da Polícia Federal verificando a situação e a constatação de Lula defendeu, em discurso, sua decisão de apresentar-se pode, já deveria permitir que seja considerado réu sob custódia.
