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11 de abril de 2018
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19:09

“Crime organizado está ocupando espaço aberto pela crise da política”, diz Tarso Genro em Portugal

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Sul 21
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“Crime organizado está ocupando espaço aberto pela crise da política”, diz Tarso Genro em Portugal
“Crime organizado está ocupando espaço aberto pela crise da política”, diz Tarso Genro em Portugal
Em Lisboa, Tarso Genro concedeu entrevista ao Jornal Econômico nesta quarta-feira. (Divulgação)

 Sandra Bitencourt (*)

O Instituto Novos Paradigmas (INP), o Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra e a Fundação José Saramago (FJS) realizam debate com intelectuais, acadêmicos e lideranças políticas e sociais do Brasil, Espanha e Portugal, nesta quinta-feira (12), às 9 horas, no Hotel Tívoli em Lisboa. O tema do encontro é “A Agenda neoliberal e experiências de resistência política e social-Brasil, América Latina, Portugal e Espanha”. No mesmo dia, às 18 horass, acontece no Capitólio em Lisboa o encontro em defesa da democracia brasileira, com abertura de Pilar Del Rio e Boaventura de Sousa Santos e testemunhos de Guilherme Boulos, Pablo Iglesias e Tarso Genro.

Na tarde desta quarta, Tarso Genro, que já está em Portugal, concedeu entrevista ao Jornal Econômico de Lisboa e reafirmou que o Brasil vive um processo de exceção. “Em qualquer país democrático digno este processo sem provas não seria levado adiante”, afirmou. Para Tarso, este processo levará à consequências dramáticas, como a fragmentação da sociedade, o descrédito nas instituições e na própria democracia e, mais grave ainda, ao descrédito da política que leva ao crescimento do fascismo e à politização da criminalidade. “Se o Poder Judiciário for capaz de fazer autocrítica poderíamos fazer um combate sério à corrupção. O crime organizado está ocupando o espaço político deixado aberto pela crise da política”, acrescentou.

Na avaliação do ex-governador gaúcho, se depender do campo popular, no entanto, poderá se reverter esse quadro, embora signifique enfrentar politicamente o fascismo, para que não se repitam episódios como o do Queermuseu. “As eleições livres e limpas, com a possibilidade de Lula concorrer é o caminho para evitar essa violência política em crescimento. Isso significa impedir o financiamento empresarial das eleições”, opinou. Para ele, é fundamental se enfrentar o oligopólio da mídia para se reconstruir a democracia no Brasil. “Hoje só existe um poder forte, o Judiciário, que está pautada pelo oligopólio da mídia que produz salvadores da pátria entre os juízes. O poder Executivo e o parlamento são reféns desta pauta jacobina acordada entre esses juízes e a mídia”, observou.

Tarso lembrou ainda que a democratização foi conciliada com o autoritarismo e o resultado é uma democracia tutelada. “Há uma inversão na institucionalidade brasileira: é o Judiciário que tutela a Constituição e não o contrário. O presidente Lula só pode ser impedido de concorrer quando transitado em julgado seu processo”, defendeu.

(*) Com informações de Jorge Branco


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