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16 de março de 2018
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13:34

Raquel Dodge espera que federalização não seja necessária para investigar execução de Marielle

Por
Sul 21
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Raquel Dodge espera que federalização não seja necessária para investigar execução de Marielle
Raquel Dodge espera que federalização não seja necessária para investigar execução de Marielle
Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge. (Foto: Joana Berwanger/Sul21)

Giovana Fleck

Na manhã desta sexta-feira (16), a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, fez um pronunciamento rápido em Porto Alegre, antes de se reunir com as forças-tarefa das três instâncias do Ministério Público Federal que atuam na Operação Lava Jato. Em frente à Procuradoria Regional da República da 4ª Região, Dodge iniciou sua fala tratando do caso Marielle Franco. “Ela dava voz aos que não têm voz e combateu a corrupção de verbas públicas e a violência policial”. Após a morte da vereadora na noite da quarta-feira (14), Dodge determinou a abertura de um procedimento instrutório para a possível federalização das investigações. Durante sua fala, a procuradora informou que espera que a federalização não seja necessária, mas que o processo se torna cabível para evitar a impunidade.

“Eu venho aqui hoje para tratar de corrupção”, declarou Dodge, que associou os crimes de corrupção à morte de Marielle, afirmando que os dois configuram atentados contra a democracia. Assim, para ela, cabe a intervenção do Ministério Público Estadual e Federal. O discurso seguiu com comentários sobre a importância das instituições na manutenção dos serviços públicos, ao combater a corrupção. Sobre a reunião com procuradores de Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília para tratar da Lava Jato, ela disse que será feito um diagnóstico sobre os avanços da operação. “É preciso redobrar o esforço, redobrar o ânimo e redefinir estratégias.”

A procuradora considera que as investigações e condenações, até o momento, representam números importantes para o Brasil, a América do Sul e o mundo, completando com a frase: “Ninguém está acima da lei”. Dodge desenrolou a folha de papel que trazia consigo e apresentou algumas informações. Os dados descritos somam um total de 89 denúncias. No Supremo Tribunal Federal, há 101 pessoas que lidam com verbas públicas, em diferentes escalas, respondendo ações penais. No STJ, há 12 governadores investigados, cerca de 40% do total de governadores brasileiros. 134 delações premissas foram firmadas e enviadas ao STF para homologação. A partir das delações, há previsão de R$ 1,3 bilhões a serem devolvidos para os cofres públicos. Desse dinheiro, depositado no exterior, a força-tarefa recuperou cerca de R$ 150 milhões. Há, ainda, a previsão de devolução de R$ 1,4 bilhão que estão em bancos brasileiros.

Sobre as colaborações de réus, Dodge disse que são instrumentos de efetividade. “Permitem desvendar crimes de colarinho branco. É muito difícil encontrar vestígios desses crimes. Ninguém faz um contrato de corrupção”. Porém, ela reforça que tem procurado garantir o cumprimento das cláusulas dos acordos de delação. “Isso tudo dá bastante trabalho do ponto de vista operacional”, acrescentou.


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