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8 de fevereiro de 2018
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12:11

Assembleia aprova, na madrugada, adesão do RS ao “Regime de Recuperação Fiscal”

Por
Sul 21
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Assembleia aprova, na madrugada, adesão do RS ao “Regime de Recuperação Fiscal”
Assembleia aprova, na madrugada, adesão do RS ao “Regime de Recuperação Fiscal”
Deputados da base do governo Sartori comemoraram a aprovação do PLC por volta das 4h30min da madrugada. (Foto: Vinicius Reis | Agência AL-RS)

Da Redação

O plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, na madrugada desta quinta-feira (8), por 30 votos contra 18, o Projeto de Lei Complementar 249/2017, de autoria do governo José Ivo Sartori (PMDB), que autoriza o Estado a aderir ao chamado de Regime de Recuperação Fiscal, proposto pelo governo de Michel Temer (PMDB). Nenhuma das 21 emendas apresentadas à matéria foi deliberada, já que foi aprovado requerimento de preferência do líder do governo, deputado Gabriel Souza (PMDB), para votação apenas do texto do projeto.

Durante a discussão da matéria, que se estendeu até às 4h30min aproximadamente, parlamentares da oposição utilizaram a tribuna para criticar a proposta, definindo-a como “um cheque em branco” dado ao Executivo, já que a minuta do contrato entre Estado e União não foi apresentada à Casa. Na segunda-feira (5), a oposição conseguiu que uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça, impedindo que a matéria fosse deliberada. Na manhã de quarta, a Assembleia Legislativa, por deliberação da Mesa Diretora, ingressou no TJ para derrubar a liminar, o que ocorreu no início da tarde, permitindo a retomada da votação.

Deputados do PT, PCdoB, PSOL, PDT e os deputados José Augusto Lara e Marcelo Moraes (PTB) e a deputada Regina Becker (Rede) se manifestaram contrariamente ao projeto, qualificando como um projeto nefasto que vai engessar o futuro do Rio Grande do Sul. Segundo a oposição, com a aprovação do PLC 249, haverá aumento de impostos, a dívida com a União aumentará de R$ 60 bilhões para R$ 106 bilhões, não serão realizados concursos públicos e não haverá reajustes salariais para servidores públicos pelo período de três anos (renováveis por mais três), com o aumento da precarização dos serviços prestados à população.

Além disso, alertaram os parlamentares da oposição, o projeto obriga o Rio Grande do Sul a abrir mão de contestar na Justiça qualquer ponto do contrato da dívida com a União. Os planos de demissão voluntária vão ser incentivados, assim como novas privatizações de empresas públicas, como a Companhia Riograndense de Mineração (CRM), Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) e Sulgás, por exemplo. A deputada Stela Farias, líder da bancada do PT, anunciou que os partidos de oposição acionarão novamente a Justiça, desta vez para pedir a anulação da sessão de votação que aprovou a adesão do RS ao Regime de Recuperação Fiscal, em função da não apresentação da minuta do contrato do mesmo à Assembleia. “É um projeto obscuro, sem base contratual e que representa um cheque em branco para o Sartori endividar ainda mais o Estado”, disse a deputada.

O governador José Ivo Sartori comemorou o resultado dizendo que “a mudança venceu o atraso” e “a responsabilidade venceu o radicalismo”. Segundo o governador a autorização para o RRF “não é a solução de todos os problemas do Estado, mas é um grande passo”. “Há ainda um longo caminho pela frente para encontrarmos o equilíbrio das finanças. Jamais vendi ilusão. Precisamos continuar fazendo o dever de casa”, acrescentou.


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