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9 de janeiro de 2018
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21:13

Secretário diz que governo Sartori avalia vender prédios de escolas estaduais ‘subutilizadas’

Por
Sul 21
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Secretário diz que governo Sartori avalia vender prédios de escolas estaduais ‘subutilizadas’
Secretário diz que governo Sartori avalia vender prédios de escolas estaduais ‘subutilizadas’
Ato de posse do secretário Rafaeli Di Cameli, na Secretaria de Modernização Administrativa e Recursos Humanos, em 2016 | Foto: Joana Berwanger/Sul21

Da Redação

Na manhã desta terça-feira (09), o secretário estadual de Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos, Rafaeli di Cameli, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que o governo estuda vender terrenos e prédios de escolas estaduais considerados “subutilizados”.

“Hoje diminuiu o número de alunos. Então tem colégios que estão subutilizados. O secretário de Educação está trabalhando em concentrar alunos de um mesmo bairro em um colégio só, para poder, eventualmente, alienar esses imóveis e investir em estrutura da educação. Entretanto, isso tem que ser feito caso a caso”, afirmou ele.

Como exemplo, Cameli citou a área do maior colégio estadual do Rio Grande do Sul, o Júlio de Castilhos, que possui aproximadamente 3,6 mil alunos. Na avaliação dele, os 12 mil metros quadrados ocupados pela escola que formou nomes como Leonel Brizola, o ator Walmor Chagas e Luciana Genro, não são “totalmente utilizados”. O secretário, porém, afastou qualquer possibilidade de que a área seja vendida.

A Secretaria da Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (Smarh) afirma que ainda não possui um levantamento dos imóveis que poderiam ser colocados à venda. Assim, “não existindo uma avaliação nesse sentido”. Porém, na mesma nota, salienta que através do Programa Gestão de Ativos, “busca a melhor alternativa para os imóveis inservíveis de propriedade do Estado com a gestão patrimonial”.

Nesta segunda, o governo do Estado colocou três imóveis do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) à venda. O único arrematado foi um terreno urbano no valor de R$ 2,2 milhões, em Bento Gonçalves. Dois outros imóveis, que valiam acima de R$ 20 milhões, não conseguiram compradores.

Já a Secretaria de Educação (Seduc), em resposta ao Sul21, afirma que “não existe nenhuma possibilidade de venda de escolas ou terrenos vinculados à Seduc” e que “nenhum levantamento ou estudo está sendo feito por parte” da secretaria para isso.

Em nota, a pasta reconhece a “necessidade de readequação dos espaços das escolas” da rede estadual. Segundo números do governo, a rede teve uma redução de 40%, em 11 anos. O número de alunos teria passado de 1,5 milhão para menos de 920 mil.

De acordo com o registro de matrículas, disponível no site da própria Seduc, a rede estadual passou de 1.158.483 alunos em 2010, para 954.034, em 2016. Em compensação, no mesmo período, as matrículas na rede privada pularam de 345.913 para 417.993.

A vice-diretora do Cpers – Centro de Professores do Estado – classificou a fala como “um absurdo”. “Mas é a lógica do governo Sartori. A lógica do governo como um todo é enxugar gastos, eles vêem a educação como gasto, não como investimento”, afirma Solange Carvalho. “Nó analisamos o seguinte: aluno próximo de casa é sempre melhor para o próprio aluno. Somos contrários a esse tipo de política”.

Confira a nota da Seduc na íntegra:

A necessidade de readequação dos espaços das escolas da rede pública estadual em relação à demanda dos alunos é uma realidade. Já desde o ano passado, a Seduc tem otimizado, gradativamente, o aproveitamento de estabelecimentos de ensino. Vale lembrar que, em 11 anos, a quantidade de estudantes da rede pública estadual caiu de 1,5 milhão para menos de 920 mil, uma redução de quase 40%, fenômeno causado, sobretudo, pela redução da taxa de natalidade de todo o país.

Em relação às áreas que poderão ser vendidas ou alienadas, a Secretaria de Educação do Estado ainda não dispõe de levantamento, não existindo, portanto, uma avaliação sobre medidas neste sentido.

Ressalta, no entanto, que a preocupação maior de qualquer iniciativa de gestão patrimonial tem como objetivo a melhoria do atendimento do aluno e da comunidade escolar.


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