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26 de setembro de 2017
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18:21

MP de Contas pede auditoria sobre fluxo de caixa da Prefeitura de Porto Alegre

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Sul 21
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MP de Contas pede auditoria sobre fluxo de caixa da Prefeitura de Porto Alegre
MP de Contas pede auditoria sobre fluxo de caixa da Prefeitura de Porto Alegre
Ministério Público de Contas quer que o prefeito Nelson Marchezan Junior se manifeste sofre a efetiva disponibilidade de recursos para o pagamento dos salários dos servidores. (Foto: Maia Rubim/Sul21)

Da Redação

O Ministério Público de Contas solicitou, nesta terça-feira (26), ao Tribunal de Contas do Estado, a realização de uma auditoria sobre o fluxo de caixa da Prefeitura de Porto Alegre para averiguar a efetiva disponibilidade de recursos financeiros para o pagamento de todas as obrigações salariais junto aos servidores públicos municipais até o último dia útil do mês, conforme estabelece a Lei Orgânica do Município. O MP também pediu à Direção de Controle e Fiscalização do TCE para que, na hipótese de identificar a existência de disponibilidade financeira, determine ao prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) utilizar integralmente tais disponibilidades para o pagamento da remuneração dos servidores municipais, até posterior pronunciamento da Corte sobre a matéria.

A decisão do MP de Contas foi motivada por uma denúncia encaminhada pela vereadora Sofia Cavedon (PT) e por representantes do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) sobre o atraso e parcelamento da remuneração dos servidores públicos municipais que vem ocorrendo desde o mês de junho deste ano. No dia 17 de maio, o Simpa impetrou mandado de segurança requerendo a proibição do parcelamento dos salários dos servidores em razão da alegada crise financeira do Poder Executivo. No dia 19 de maio, a medida liminar foi concedida pela 5ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre. Em 27 de julho, outra decisão da Justiça tornou definitiva essa liminar determinando que a Prefeitura se abstivesse de parcelar ou atrasar os salários. A matéria agora se encontra em fase de apelação pelo município.

No dia 8 de junho, a Prefeitura, por intermédio da Secretaria Municipal da Fazenda, apresentou o fluxo de caixa da Administração, compreendendo as receitas e despesas de janeiro a maio de 2017. No entanto, segundo a avaliação do MP de Contas, esse fluxo de caixa sintético não permite verificar a real situação financeira do Município, em função da ausência de cronograma dos ingressos e desembolsos, com exatidão. Em função disso, o Ministério Público de Contas decidiu solicitar à área técnica do TCE para que examine os procedimentos adotados pelo Executivo, mediante uma análise pormenorizada do fluxo de caixa, com o objetivo de atestar a efetiva disponibilidade de recursos financeiros para o cumprimento das obrigações salariais da Prefeitura.

O documento encaminhado pelo MP ao Tribunal de Contas assinala ainda que o Simpa já solicitou as seguintes informações sobre a situação financeira do Município de Porto Alegre:

(a) qual o saldo das disponibilidades financeiras do Município em 30 de junho do corrente ano, incluindo suas autarquias e fundações, discriminando por banco, agência, corrente e seus recursos vinculados? (banco, agência, conta corrente, recursos vinculados);

(b) quais foram ingressos ocorridos, nestas contas, nos dias 3, 4 e 5 de julho, p.p?; e

(c) quais as despesas efetivamente pagas, no mês de junho do corrente (com discriminação diária, por fornecedor e código de despesa)?

Além disso, registra que a Procuradoria de Prefeitos do Ministério Público instaurou Procedimento Investigatório n.º RD.00030.00102/2017, o qual tramita em sigilo.


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