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24 de maio de 2017
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20:01

Deputados gaúchos relatam clima de pancadaria e estado de sítio em Brasília

Por
Sul 21
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Deputados confirmaram existência de vários feridos em razão da ação policial contra manifestantes. (Foto: Mídia Ninja)

Marco Weissheimer

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) definiu a intervenção das forças policiais em Brasília, na tarde desta quarta-feira (24), contra os manifestantes que pediam a saída de Michel Temer da presidência da República e a realização de Diretas Já como uma pancadaria generalizada que acabou alimentando vários focos de confronto pela cidade. Segundo Pimenta, a manifestação iniciou muito forte com a participação de milhares de pessoas. “Fazia tempo que não havia tanta gente na rua. Foi uma pena. Praticamente não houve ato político. Teve gente que nem conseguiu sair da região da torre”, assinalou.

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Conforme relato do parlamentar, a ação da polícia iniciou contra um pequeno grupo de manifestantes que partiu para o confronto e depois se ampliou para a área onde estavam os caminhões dos manifestantes. “Nós recuamos o caminhão para evitar o conflito, mas a polícia avançou contra o caminhão e os manifestantes. Bastava ela ter ficado onde estava e o conflito poderia ter sido evitado. Não houve nenhuma disposição nem técnica da polícia para evitar o confronto”, criticou. Pimenta confirmou que várias pessoas ficaram feridas, mas que ainda não há um número preciso sobre isso, em função da situação caótica que se instalou na região. “Quando estava voltando ao plenário, filmei um grupo de fuzileiros navais desembarcando e se posicionando ao lado do prédio da Câmara”, relatou ainda o parlamentar. (ver vídeo abaixo)

Enquanto, do lado de fora do Congresso, Brasília vivia uma praça de guerra, dentro do plenário da Câmara dos Deputados os aliados de Michel Temer tentavam dar uma aparência de normalidade e encaminhar votações que interessam ao governo. O deputado Elvino Bohn Gass (PT-RS) definiu o ambiente dentro do plenário como “anormal”. “É um absurdo total o que estamos vendo aqui hoje. Enquanto lá fora há uma praça de guerra, aqui dentro o presidente da Câmara tentar passar uma sensação de normalidade para limpar a pauta e encaminhar a votação do projeto da Reforma da Previdência e de um conjunto de renúncias fiscais beneficiando grandes empresários, que faz parte de um acordo para conseguir votos para aprovar a Reforma da Previdência”.

Segundo Bohn Gass, o plenário da Câmara é o único lugar em que Temer ainda tem apoio no país. “Esse plenário está completamente de costas para a população e não tem as mínimas condições de realizar um processo de eleições indiretas. O clima é de anormalidade total, de golpe completo e de covardia. O Congresso só recebe hoje grandes empresários. O povo é impedido de entrar pela polícia. O prédio está cercado por grades e por policiais. É praticamente um estado de sítio”, afirmou.

Diante desse cenário, disse ainda o deputado gaúcho, a oposição decidiu ocupar a mesa da presidência da Câmara e usará de todos os mecanismos regimentais à disposição para obstruir as votações. A sessão desta quarta chegou a ser interrompida por cerca de uma hora, mas foi retomada por volta das 16h30.


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