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31 de maio de 2016
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17:34

Van Hattem é vaiado e chamado de fascista por estudantes ao defender Escola Sem Partido na AL

Por
Luís Gomes
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Marcel Van Hatten durante audiência pública na AL | Foto: Juarez Junior/Agência ALRS
Marcel Van Hatten durante audiência pública na AL | Foto: Juarez Junior/Agência ALRS

Luís Eduardo Gomes

Durante audiência pública que tratou das ocupações nas escolas públicas do Estado, realizada na manhã desta terça-feira (31) no Plenarinho da Assembleia Legislativa, o deputado Marcel Van Hattem (PP) tentou defender o seu projeto de lei (PL 190/2015) que prevê a instituição do Programa Escola Sem Partido no sistema estadual de ensino. No entanto, foi muito vaiado e interrompido em diversas oportunidades pelos estudantes presentes na audiência, que chegaram a virar de costas durante a fala do deputado.

No início da audiência, que tinha como foco principal as obras nas escolas, representantes do movimento estudantil listaram como uma das pautas nas ocupações a exigência de retirada do PL 190 de tramitação da AL. Van Hattem, que não estava na audiência, decidiu então comparecer ao Plenarinho para fazer a defesa do projeto.

No entanto, quando começava a tentar explicar o que queria dizer com doutrinação, foi vaiado e chamado de fascista por estudantes e professores. Quando pediu respeito como deputado, foi criticado por não ter dado bom dia aos presentes, o que fez logo em seguida. Ele também foi alvo de protesto por ter chamado os estudantes de “massa de manobra”.

Foto: Juarez Junior/Agência ALRS
Foto: Juarez Junior/Agência ALRS

Ele ainda tentou argumentar que conhecia a realidade das escolas públicas, por ter estudado no Ensino Fundamental e no 1º ano do Ensino Médio em um colégio estadual de Dois Irmãos, sua cidade natal, e que seu projeto, na verdade, visava justamente defender a pluralidade das ideias, mas foi interrompido diversas vezes. Ao fim, pediu apenas que os presentes “lessem o projeto”, sendo vaiado novamente.

Van Hattem se retirou da audiência logo após sua fala, mas voltou a ser criticado em manifestações posteriores de estudantes, professores e também de deputados. Stela Farias (PT), que relata o PL na Comissão de Constituição e Justiça da AL antecipou que irá emitir parecer contrário ao projeto, que, segundo ele, busca “amordaçar a educação pública”. “Usam a desculpa ideologia para justificar, de forma autoritária, a introdução de sua ideologia”, disse.

Edegar Pretto foi ainda mais veemente. “Escola sem partido quer dizer escola de imbecis que não discute de onde viemos e para onde queremos ir”, afirmou.


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