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12 de maio de 2016
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12:01

Processo de impeachment contra Dilma ressalta ‘natureza volátil da democracia’ no Brasil, diz WSJ

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Sul 21
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Processo de impeachment contra Dilma ressalta ‘natureza volátil da democracia’ no Brasil, diz WSJ
Processo de impeachment contra Dilma ressalta ‘natureza volátil da democracia’ no Brasil, diz WSJ

De Opera Mundi

Em artigo publicado nesta quarta-feira (11/05), o jornal norte-americano The Wall Street Journal afirmou que o processo de impeachment movido contra a presidente brasileira, Dilma Rousseff, “ressalta a natureza volátil da democracia” no Brasil, visto que no país nos últimos 66 anos a maior parte dos presidentes eleitos não completaram seus mandatos.

O WSJ lembra que, dos oito líderes eleitos no país desde 1950, somente três chegaram ao fim de seus mandatos: Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Juscelino Kubitschek (1956-1961).

Com exceção de Tancredo Neves, que morreu três meses após ser eleito em janeiro de 1985, os outros quatro presidentes que não terminaram seus mandatos foram afetados pela mudança de humor da “notoriamente caprichosa opinião pública brasileira” – e quando ela se coloca contra um presidente, escreve o WSJ, “tais instituições tendem a cair rapidamente”.

Getúlio Vargas, eleito pela última vez em 1951, se suicidou em 1954 em meio a uma tentativa de golpe. Jânio Quadros, eleito em janeiro de 1961, renunciou abruptamente em agosto do mesmo ano, também em meio a uma tentativa de golpe, alegando que “forças terríveis” se haviam levantado contra ele. João Goulart, vice de Jânio, tomou posse após a renúncia e teve o mandato interrompido pelo golpe militar em 31 de março de 1964.

Fernando Collor de Melo, eleito em 1989 após superar Lula nas urnas com uma campanha anticorrupção em que se vendia como “o caçador de marajás”, foi ele mesmo acusado de corrupção e se tornou alvo de um processo de impeachment apoiado pela grande imprensa e pela maioria da população brasileira. Collor renunciou após o processo ser aprovado pela Câmara dos Deputados e antes que chegasse ao Senado, em dezembro de 1992.

Como lembra o WSJ, Collor foi depois inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) das acusações e hoje, 24 anos depois, é um dos senadores no Congresso brasileiro que vai votar a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.


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