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8 de novembro de 2015
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12:11

Aécio cedeu avião oficial de MG para transportar Luciano Huck e dono da Veja

Por
Luís Gomes
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Aécio cedeu avião oficial de MG para transportar Luciano Huck e dono da Veja
Aécio cedeu avião oficial de MG para transportar Luciano Huck e dono da Veja

Do Brasil 247

Quando era governador de Minas Gerais, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) cedeu ilegalmente aeronaves oficiais do Estado para o uso de amigos pessoais, o que inclui personalidades da TV e empresários. O mesmo foi repetido, em menor escala, pelo seu sucessor, o também senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

Nos oito anos de governo Aécio, foram realizados 198 voos sem autoridades oficiais a bordo. Com Anastasia, foram 60 voos sem o governador ou ou autoridades cuja legislação autoriza o voo – ou seja, ambos contrariaram a lei, configurando atos de improbidade administrativa. Os dados foram obtidos através da Lei de Acesso à Informação pela Folha de S.Paulo.

O mais surpreendente, no entanto, é a lista de passageiros. Nos 12 anos de governo tucano, a “AeroAécio” transportou barões da mídia e amigos pessoais de Aécio.

Em 2010, por exemplo, Aécio cedeu o helicóptero oficial para que Roberto Civita, ex-presidente da Abril, já falecido, e sua esposa Maria Antonia visitassem o Museu de Inhotim, no interior de Minas Gerais.

Outro passageiro da “AeroAécio” foi o apresentador Luciano Huck, da Globo, que usou aviões oficiais para viajar ao interior de Minas – num dos voos, viajou acompanhado da dupla sertaneja Sandy & Júnior.

Também passageiro frequente, Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol, usou três vezes o helicóptero oficial e três vezes o jato para se deslocar entre Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Também voaram às custas do contribuinte mineiro o ator Milton Gonçalves e o empresário José Bonifácio Sobrinho, o Boni, que foi um dos homens-forte da Globo.

“Interesses do Estado”

Questionado pela Folha, Aécio respondeu por meio de sua assessoria e disse que todos os voos “atenderam a interesses da administração do Estado”.

Em relação ao caso Civita, por exemplo, ele afirmou que era importante apresentar o Museu Inhotim a um dos empresários de comunicação do País, como se Civita, bilionário, não pudesse se deslocar com seus próprios recursos. No caso de Huck, Aécio disse que a cessão do avião se justificou para que fosse divulgado o roteiro da Estrada Real.


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