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4 de maio de 2015
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20:28

Para Frei Betto, modelo de inclusão baseado no consumo está esgotado

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Sul 21
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Foto: Divulgação
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Da RBA

Em seu comentário na Rádio Brasil Atual, o assessor de movimentos sociais e escritor Frei Betto afirmou nesta segunda-feira (4) que a crise econômica enfrentada pelo Brasil traduz o esgotamento de um modelo neodesenvolvimentista que sacramentou, na dimensão macro, o capitalismo neoliberal, e na dimensão micro, um certo paternalismo populista de benefícios aos mais pobres.

“O capitalismo neoliberal favorece o consumo, e não a produção”, o que explica nos últimos 12 anos a facilidade de crédito, desonerações tributárias, o aumento anual do salário mínimo corrigido pela inflação e o maior acesso dos brasileiros ao mercado. Tudo isso foi muito bom, mas infelizmente não se criaram as bases de sustentabilidade para assegurar o acesso a longo prazo aos bens de consumo.”

Ele analisa que o paternalismo populista teve início quando se trocou o Fome Zero, que era um programa emancipatório, pelo Bolsa Família, programa bom, mas meramente compensatório. “Passou-se a dar o peixe sem ensinar a pescar.”

“Embora 36 milhões de pessoas tenham saído da miséria, nada indica que, com o atual ajuste fiscal, o mesmo número de pessoas não vá para a miséria, para a carência extrema, sobretudo impelidas por essa química explosiva, que é a soma do desemprego com o aumento da inflação”, avalia.

A luz no fim do túnel, para Frei Betto, está na mobilização das ruas: “Cabe ao povo brasileiro se manifestar, mobilizar, organizar, criar uma ampla frente de propostas para as mudanças que o nosso país tanto necessita, como o fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas e bancos; a reforma política; a reforma tributária, onerando mais quem ganha mais, e a reforma agrária nesse território de dimensões continentais”.

“Governo é como feijão, só funciona na pressão”, conclui.

Ouça o comentário na íntegra na Rádio Brasil Atual.


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