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22 de julho de 2010
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09:00

Um ponto em comum

Por
Sul 21
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Candidatos defendem participação na origem do financiamento do Banco Mundial ao RS

Rachel Duarte

No dia em que o governo do Rio Grande do Sul anunciou a liberação da segunda parcela de um empréstimo de US$ 1,1 bilhão do Banco Mundial, a governadora Yeda Crusius (PSDB) conseguiu conciliar a agenda e participar do seu primeiro debate como candidata a reeleição. Ela, o petista Tarso Genro e o peemedebista José Fogaça, principais cotados nas pesquisas ao governo gaúcho, participaram do debate promovido pela Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), nesta quarta-feira (21).

Enquanto quase 300 convidados, entre empresários, deputados, lideranças políticas e autoridades municipais apreciavam o almoço da edição do Tá na Mesa da Federasul, o desenvolvimento do Estado era explorado em diferentes áreas nas perguntas e respostas do debate.

As questões foram elaboradas pela direção e equipe técnica da Federasul e foram específicas nos três primeiros blocos. Coincidência ou não, a pergunta sobre alternativas para o equilíbrio fiscal do Estado foi a única comum aos três candidatos.  Entre as respostas, certa necessidade de “paternidade” sobre o empréstimo internacional. Sobre este tema também ocorreu um ponto  alto nas críticas mais explícitas entre os candidatos, com as respostas de Tarso Genro e a governadora Yeda Crusius.

“Nós tivemos uma redução de 30% nos gastos de custeio no primeiro ano de governo. Tivemos um esforço da nossa equipe de trabalho e uma gestão coerente, feita com recursos partilhados com cada secretaria”, explicou Yeda sobre as medidas que repetirá se for reeleita para equilibrar as contas do Estado.

Tarso Genro rebateu dizendo que a redução de custos não pode significar a falta de investimentos em áreas vitais para o desenvolvimento do Estado. “É preciso reduzir custos e ao mesmo tempo investir no desenvolvimento do Estado. Estimulando a criação de novas empresas e interferindo no aporte de novas tecnologias para incentivar a competitividade”, argumentou o petista.

Fogaça preferiu lembrar de políticas adotadas pelo colega de partido, o ex-governador Germano Rigotto (PMDB). Ele disse que a redução dos gastos no governo gaúcho já era uma medida adota pelo peemedebista. Os elogios a Rigotto foram reforçados inclusive pelo candidato petista, que afirmou ter tido influência na sugestão do modelo de reestruturação financeira criado pelo peemedebista.

“Tarso realmente fez um contato comigo para sugerir que o Lúcio Alcântara estava encaminhando um projeto de reestruturação de dívida junto ao Banco Mundial no Ceará. Nós consultamos este exemplo e em cima dele criamos um projeto para o RS e que levamos para o Banco Mundial”, confirmou o agora candidato ao Senado Germano Rigotto. Apesar de se render ao lembrete de Tarso, ele também largou a sua de “pai da criança”. “Eu fui conversar com o Mantega para melhorar a relação de resistência que tinha a área econômica do governo federal. Ele disse que não seria mexido o percentual da receita para pagar dívida, mas que daria sinal verde para o RS e outros estados”, falou.

Opinião de quem não foi convidado

O candidato do PSol ao governo gaúcho, Pedro Ruas,  não esteve no debate, mas falou com o Sul 21 sobre a questão da dívida do Estado e o empréstimo do Banco Mundial.

“Entre os muitos problemas que tem esse acordo internacional, está o fato de ser em dólar. É muito arriscado para o aumento da dívida isso, já que há uma oscilação no valor da moeda”, argumentou Ruas.

Perguntado sobre o fato de todos os candidatos serem “padrinhos do empréstimo” ele foi enfático: “todos se igualam. Fogaça e Tarso estão legitimando a atitude da governadora Yeda. Que fez uma negociação com condições que ferem a soberania nacional, como imposições políticas de gestão. Isso vai resultar no desmonte da carreira do magistério e o fim da integralidade das aposentadorias. Para o PSol são condições inaceitáveis”.


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