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26 de junho de 2010
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09:00

No dia 6 de julho, campanha eleitoral sai para as ruas

Por
Sul 21
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Marco Aurélio Weissheimer

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Quatro partidos realizam convenções neste final de semana no Rio Grande do Sul. Três deles oficializam, neste sábado (26), suas candidaturas ao governo do Estado: Tarso Genro, pelo PT, José Fogaça, pelo PMDB, e Yeda Crusius (PSDB). O DEM preferiu realizar uma convenção mais discreta na sexta-feira (25), quando apenas confirmou sua nominata de deputados. Os organizadores das convenções das três principais forças políticas hoje no Estado não anteciparam grandes novidades do ponto de vista político. O PMDB prometeu dar uma demonstração de força na Assembléia Legislativa. O PT anunciou a divulgação da marca e do jingle da campanha de Tarso Genro. E o PSDB informou que preparava uma convenção apenas para oficializar as candidaturas, sem grandes movimentações.

Outras duas candidaturas oficializadas nos últimos dias para disputar o governo do Estado são as do advogado e vereador em Porto Alegre, Pedro Ruas, pelo Psol, e de Julio Flores, pelo PSTU. Pedro Ruas terá como companheira de chapa a educadora e dirigente do CPERS/Sindicato Marliane Ferreira dos Santos. Já Julio Flores, terá a servidora pública federal Vera Rosane como vice na chapa.

Últimas conversas sobre alianças

Neste período pré-campanha eleitoral, todas as fichas são jogadas nas definições das últimas alianças partidárias. PMDB e PSDB disputam acirradamente partidos que compõem hoje a base do governo Yeda Crusius. O PMDB, que até o início do ano tentava imputar ao PT a marca do isolamento, parece agora experimentar essa sensação, uma vez que só conseguiu oficializar aliança com o PDT. Nos últimos dias, os peemedebistas mantêm conversas com lideranças do DEM e do PTB na esperança de contar com os dois partidos em uma aliança em torno da candidatura Fogaça. Com o esvaziamento da candidatura do deputado estadual Luis Augusto Lara ao governo do estado, PTB e DEM tornaram-se siglas disputadas pelas forças principais forças políticas que sustentam hoje o governo Yeda Crusius.

Com um complicador: o vice-governador Paulo Feijó e a bancada do DEM na Assembléia Legislativa foram ativos oposicionistas do governo Yeda. O PMDB tenta se aproveitar disso, apresentando-se, como é de seu costume aqui no Rio Grande do Sul, como uma espécie de terceira força pacificadora, embora tenha participado ativamente de todo governo Yeda. O presidente estadual do DEM, Onyx Lorenzoni, defendeu até onde pode a manutenção da candidatura de Lara ao Piratini. Com a desistência do deputado do PTB, há setores nos dois partidos que defendem o apoio, ainda que não oficial, à candidatura de Fogaça. Faz parte deste xadrez a formação de palanques para a candidatura de José Serra no RS. O PMDB gaúcho precisa definir o que fará com sua ala serrista.

As contradições entre alianças nacionais e regionais

Como ocorre também em outros Estados, a articulação entre alianças regionais e nacionais é um tema complexo e repleto de contradições. No Rio Grande do Sul, em tese, a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, terá dois palanques, o do PT, com Tarso Genro, e o do PMDB, com José Fogaça. Serra, no entanto, conta com o apoio não oficial de uma ala do PMDB. O vice de Fogaça, por outro lado, é o deputado federal Pompeu de Mattos, do PDT, partido que apóia Dilma. Certo mesmo, Serra só tem o palanque da governadora Yeda Crusius, que terá o deputado estadual Berfran Rosado, do PPS, como vice. O PP também deve apoiar Yeda, embora esteja mais preocupado com seu desempenho nas eleições proporcionais, preocupação central também do DEM e do PTB.

O PSDB tem um problema adicional a resolver com o DEM e ele não se refere à conturbada relação entre a governadora Yeda Crusius o vice Paulo Feijó. Nesta sexta-feira, lideranças dos Democratas no Congresso Nacional afirmaram que a indicação do senador Álvaro Dias (PSDB-PR) para assumir a vaga de vice de José Serra na disputa presidencial pode abalar a aliança nacional entre os dois partidos. Alguns integrantes do DEM falaram inclusive em desmontar a coligação homologada na convenção tucana de 12 de junho. O DEM aceitava que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), fosse o vice de Serra. Com a desistência de Aécio, reivindicou para o partido a vice. O anúncio do nome de Álvaro Dias pegou os democratas de surpresa nesta sexta.

Tarso sai na frente nas pesquisas

A alguns dias do início oficial da campanha eleitoral, o candidato da Frente Ampla (PT – PCdoB – PSB) ao Piratini, Tarso Genro, lidera as pesquisas de intenção de voto. Nesta sexta-feira (25), foi divulgado o resultado de uma nova pesquisa realizada pelo Ibope no Rio Grande do Sul, entre os dias 10 e 15 de junho. Tarso lidera as intenções de voto na disputa pelo governo estadual, com 37% das intenções de voto, contra 30% do ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB), e 11% da governadora Yeda Crusius (PSDB). Na simulação de segundo turno contra o segundo colocado, Tarso teria 47% contra 39% de José Fogaça. O Ibope realizou 1.204 entrevistas e a margem da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Além da liderança nas pesquisas, a candidatura de Tarso traz dois outros fatores como vantagem, neste início da disputa eleitoral: a aliança construída com o PSB (que indicou o vice Beto Grill) e o PCdoB, algo que não vinha acontecendo nas últimas eleições majoritárias no Estado; e um clima de união dentro do PT, o que nem sempre é fácil acontecer.

Propaganda eleitoral inicia dia 6 de julho

O período das conversas sobre alianças está chegando ao fim, pelo menos no que diz respeito à disputa no primeiro turno. O início oficial da campanha e da propaganda eleitoral inaugura uma nova etapa. A propaganda eleitoral será permitida a partir do dia 6 de julho. No primeiro turno, poderá haver a distribuição de material de propaganda política até o dia 2 de outubro, assim como a realização de carreatas e passeatas. No dia 17 de agosto, começa a veiculação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, que terminará no dia 30 de setembro. O primeiro turno será no dia 3 de outubro. Caso nenhum candidato a presidente ou a governador obtenha a maioria absoluta dos votos válidos nesta data, haverá segundo turno no dia 31 do mesmo mês.


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