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29 de maio de 2010
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17:55

Orçamento de Porto Alegre exclui qualificação de paradas de ônibus

Por
Sul 21
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Josias Bervanger

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Em 2010, o projeto Qualificação das Paradas de Ônibus foi eliminado do Sistema de Despesa Orçamentária de Porto Alegre. Nos anos anteriores, em 2008 e 2009, havia um valor mínimo previsto, de R$ 10 mil, para a recuperação e manutenção de pontos, paradas e corredores do transporte na cidade. O valor não foi executado. O coordenador de Planejamento e Transportes da Prefeitura, Flávio Antonio Tomelero Jr, não confirma os dados.

Foto Eduardo Seidl/Sul21

No entanto, tanto os R$ 10 mil previstos em 2008 e 2009, como o desaparecimento do projeto de qualificação em 2010 podem ser consultados no Sistema de Orçamento da Administração Municipal. O pequeno valor previsto nos dois anos anteriores refere-se a uma “janela” na lei orçamentária. Ou seja, inclui-se um valor simbólico para que o projeto fique autorizado em lei  e depois, no ano seguinte, por ocasião de sua execução, o governo municipal possa adicionar investimentos por decreto, desde que tenha recursos para isso. Também não houve nenhuma adição de recursos.

Ação do tempo ou vandalismo? Foto Eduardo Seidl
Foto Eduardo Seidl

Paradas  destruídas na Avenida Bento Gonçalves

Os usuários de transporte coletivo na Capital e região metropolitana que circulam pelos corredores de ônibus da Avenida Bento Gonçalves, na zona leste da cidade, sabem muito bem o que a falta de investimentos no mobiliário do transporte significa, na prática. Ferrugem nas estruturas, ausência de cobertura, vidros e grades de proteção danificadas fazem parte do cenário da região. Além disso, problemas elétricos, como luminárias expostas às chuvas e fios desencapados e arrebentados também podem ser vistos.

Segundo o morador do Jardim Carvalho, José Darley dos Santos, há mais de quatro anos as estruturas não passam por manutenção. “Em 2006 o vento levou a cobertura e até hoje ela não foi reposta. Na estação em frente ao Terminal Antônio de Carvalho eu mesmo já recebi choques elétricos”, diz. O gerente de Mobiliário da Administração Municipal, José Luiz Cafarate, afirma que irá averiguar a situação. “Não tinha conhecimento de casos de choques elétricos nestes pontos de ônibus.”

Nem mesmo o fato do estudante Valtair Jardim de Oliveira, 21 anos, ter sido vitimado por um choque elétrico em uma parada de ônibus sem manutenção, em pleno Centro da cidade, parece ter mudado esta realidade. No caso de Valtair, que morreu em abril, a Prefeitura de Porto Alegre já havia sido avisada sobre a ocorrência choques elétricos no local em 28 de março. De lá para cá, mesmo com uma fatalidade no meio do caminho, o cuidado do poder municipal com as paradas de ônibus em Porto Alegre parece não ter mudado muito.

Climatização e bem estar dentro dos ônibus. Na parada, a espera é ao relento. Foto Eduardo Seidl

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