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17 de maio de 2010
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14:28

Divulgada nova pesquisa para presidente

Por
Sul 21
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Rachel Duarte

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Na mais nova pesquisa eleitoral sobre a presidência do país realizada pelo Instituto Vox Populi, por encomenda da Rede Bandeirantes, a presidenciável Dilma Roussef, do PT, aparece com 38% das intenções voto. José Serra, do PSDB, vem logo atrás, com 35% e Marina Silva do PV tem 8%. A margem de erro é de 2,2%. A pesquisa estimulada ouviu 2 mil eleitores de 117 municípios . As entrevistas foram realizadas entre os dias 8 e 13 de maio.

As recentes pesquisas sobre a eleição presidencial de 2010 provocaram uma discussão entre os principais institutos brasileiros e uma divergência nas publicações da imprensa em geral. Enquanto os grandes jornais reproduziam resultados enviados pelos institutos, blogueiros e veículos de comunicação da web faziam análises e apontavam diferenças nos resultados. O caso de maior relevância ocorreu em março, quando o Instituto Datafolha, do mesmo grupo do jornal Folha de São Paulo, foi o único a apresentar 10 pontos percentuais de diferença a favor do pré-candidato José Serra (PSDB).

Segundo o procurador regional do Rio Grande do Sul, Vitor Hugo Gomes da Cunha, as exigências técnicas da Justiça não impedem que aconteçam distorções. Ele diz que as pesquisas podem ser impugnadas e que há punição para os casos considerados abuso de poder econômico por parte de algum candidato. “Candidatos que ‘inventarem’ pesquisas podem ter o registro de sua candidatura invalidado. E, quanto à manipulação por veículos de comunicação, é como em qualquer outra situação: vai depender da ética”, explica.

Divergências de método

Na pesquisa por conglomerados urbanos, como é a metodologia do Datafolha, há o sorteio das regiões onde os questionários serão aplicados. Recentemente, porém, houve uma mudança no instituto paulista. Na pesquisa de fevereiro e março foi aumentado substancialmente o número de bairros consultados em São Paulo – mantendo a mesma quantidade em outros estados, fator que pode ter influenciado no resultado tão destoante deste instituto em relação aos demais.

As oscilações podem estar associadas à metodologia de abordagem. Para o diretor-presidente do Vox Populi, João Francisco Meira, o instituto tem um modelo diferente do Datafolha. “Falamos na casa das pessoas, damos tempo para elas responderem, nossas pesquisas podem ser auditadas a qualquer tempo”, pondera. “O Datafolha faz entrevistas na rua, sem verificar se a pessoa mora mesmo na cidade”, afirmou ao jornalista Anselmo Massad, da Rede Brasil Atual e reproduzida pelo site Carta Maior.

Meira lembrou que outros institutos, como o Sensus e o Ibope, trouxeram tendências semelhantes às constatadas pelo Vox Populi. Ainda segundo ele, o único com dados divergentes foi o Datafolha.

Em março, o Datafolha mostrava o candidato tucano nove pontos à frente da pré-candidata do PT: 36% Serra e 27% Dilma. Na mesma data, o Instituto Vox Populi também emitiu resultados, que não foram publicados pela Folha de São Paulo. Os dados eram diferentes e apontavam 34% para Serra e 31% para Dilma.

Para acompanhar as pesquisas

Além do Datafolha, pesquisas sobre eleições no Brasil são feitas principalmente pelo Ibope, Vox Populi e Sensus. Uma pesquisa nacional não sai por menos de R$ 180 mil reais e pode ser solicitada por qualquer partido, entidade ou empresa de comunicação.  As regras da Justiça Eleitoral exigem o registro oficial cinco dias antes da divulgação da pesquisa, que fica disponível no site  do Tribunal Superior Eleitoral por 30 dias. Tanto os avisos quanto às informações das pesquisas registradas podem ser consultados.

Atualmente, a legislação eleitoral prevê pena de seis meses a um ano de detenção para os proprietários dos institutos que fraudarem as pesquisas, além de multa, que varia de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00. Para evitar fraudes, os institutos checam as pesquisas antes de divulgá-las. Fechados os questionários, 20% dos pesquisados são procurados, por telefone ou pessoalmente, para confirmar se foram entrevistados e se as respostas fecham com os questionários.

Em sua maioria, os institutos escolhem uma amostra da população brasileira com base nos dados do último censo demográfico: número proporcional de homens e mulheres; faixa etária; grau de escolaridade; nível de renda e distribuição geográfica. Definida a amostragem, os pesquisadores saem à rua em busca dos eleitores que se encaixem naquele perfil.

Geralmente, as pesquisas eleitorais apresentam um intervalo de confiança de 95%, ou seja, de 100 pesquisas produzidas, cinco cairão fora da margem de erro e apresentarão diferenças discrepantes da realidade. Porém, na medida em que as pesquisas são repetidas, o intervalo de confiança melhora significativamente, diminuindo a possibilidade dos números oscilarem fora da margem de erro. Quando quatro institutos fazem várias rodadas de pesquisa e apenas um destoa dos demais, a tendência desta pesquisa dissonante estar fora da margem de erro aumenta significativamente.

Leia também:

Carta Capital: Movimento pede investigação de institutos de pesquisas

The New York Times publicou vantagem da Dilma

Tradução da matéria do NY Times no blog do Luis Nassif


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