O ex-presidente boliviano Evo Morales seguiu no final da noite desta segunda-feira (11/11) para o asilo político no México. O avião do governo de Andrés Manuel López Obrador pousou no aeroporto de Chimoré, onde se encontravam o líder boliviano e o ex-vice, Álvaro García Linera, e o avião decolou rumo à capital mexicana.
Por volta de 23h, o chanceler mexicano, Marcelo Ebrard confirmou o embarque do ex-presidente. O asilo foi concedido, de acordo com o governo do país, por razões humanitárias. “Sua vida corre perigo na Bolívia”, disse Ebrard. O governo do México havia oferecido asilo ainda mesmo no domingo, o que foi aceito por Morales nas horas seguintes.
A aeronave fez uma parada no Paraguai antes de seguir viagem ao México. Linera chegou a descer para cumprimentar o embaixador mexicano em Assunção, Juan Manuel Valadez.
Por volta das 5h (hora de Brasília), o jato Gulfstream decolou em direção à Cidade do México.
O ex-presidente divulgou, no Twitter, uma mensagem de despedida do povo boliviano, momentos antes de partir para o México.
“Irmãs e irmãos, parto rumo ao México, agradecido pelo desprendimento do governo desse povo irmão que nos concedeu asilo para proteger nossas vidas. Dói sair do país por razões políticas, mas sempre estarei à disposição. Em breve, voltarei com mais força e energia”, afirmou o ex-presidente nas redes sociais.
Morales renunciou ao cargo após um golpe de Estado, concluído no último domingo (10/11). O anúncio veio depois de os militares “sugerirem” que ele renunciasse.
“Lamento muito este golpe. A luta não termina aqui”, disse o presidente, durante discurso após a renúncia. “Até aqui, chegamos pela pátria, não pelo dinheiro. Se alguém diz que estamos roubando, que apresente uma prova sequer. […] Não estou escapando. Nunca roubei, que demonstrem se roubei. Foi um golpe cívico-policial”, disse o presidente.
Morales ainda destacou que sua renúncia se dava na intenção de pacificar o país, ao mesmo tempo em que condenou as atitudes dos líderes opositores Carlos Mesa, candidato derrotado no último pleito, e Luis Fernando Camacho.