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13 de novembro de 2019
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11:42

Embaixada da Venezuela em Brasília é invadida

Por
Luís Gomes
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Embaixada da Venezuela em Brasília, foi invadida na manhã desta quarta-feira (13) | Foto: Reprodução

Da RBA*

A Embaixada da Venezuela no Brasil foi invadida na manhã desta quarta-feira (13). O encarregado de negócios da Venezuela, de nome ainda não apurado, divulgou áudio em que pede ajuda dos movimentos sociais e dos partidos políticos. “O território venezuelano está sendo invadido”, disse, em áudio divulgado pela rede social.

Pelas redes sociais, parlamentares de partidos de esquerda se dirigem para o local e solicitam a presença de todos que puderem dirigir-se ao local para conter o ato fascista.

Em outro áudio distribuído pelo Whatsapp, Ana Prestes, colaboradora da revista Fórum e que está na embaixada, afirma que a invasão está sendo seguida de violência. “Tá tendo luta corporal lá dentro”.

Segundo relatos, ao menos 30 invasores participaram da ação, que ocorre durante a reunião do BRICs em Brasília. Por conta do evento vários acessos da cidade estão fechados, o que dificulta a chegada de outros funcionários e militantes à embaixada.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) conseguiu entrar. “A embaixada foi sitiada por um grupo de brasileiros e de venezuelanos, houve confronto violento. Eles tentaram tomar à força esse espaço. A impressão é que parte deles é de lutadores de academia contratados. É uma clara violação do direito internacional. Há indícios de participação do governo brasileiro na facilitação da invasão da embaixada da Venezuela.”

O golpista Juan Guaidó é reconhecido pelo governo brasileiro como presidente da Venezuela após ele se autoproclamar e tentar um golpe no país vizinho. Segundo reportagem do Valor, um grupo de funcionários da embaixada da Venezuela em Brasília “desertou” do governo Nicolás Maduro e permitiu, pela primeira vez, a entrada de Tomás Alejandro Silva, ministro-conselheiro da embaixada nomeado por Guaidó.

Silva teve o acesso liberado de forma inédita. Outros funcionários leais a Maduro, como o atual adido militar, Manuel António Barroso, se dirigiram imediatamente então à embaixada. Relatos afirmam que o controle do local foi recuperado por volta das 8h30, mas clima seguia tenso.

Tomás Alejandro Silva é apoiador de Maria Teresa Belandria, indicada por Guaidó a assumir a embaixada brasileira como representante do governo golpista. Desde que Jair Bolsonaro recebeu a indicação de Belandria, sua equipe tenta entrar na embaixada, sendo sempre impedida por funcionários venezuelanos nomeados pelo presidente Nicolás Maduro.

Em nota emitida na manhã desta terça-feira (13), Maria Teresa Belandria Expósito, que foi designada como “embaixadora” pelo autoproclamado presidente Juan Guaidó, que é reconhecido pelo governo Jair Bolsonaro, emitiu nota dizendo que funcionários da embaixada teriam aberto as portas para “entregar voluntariamente a sede diplomática a representação legitimamente reconhecida pelo Brasil”.

“Ao ingressar a sede, podemos verficiar que um grupo de funcionários morava na residência oficial, contígua a seção administrativa. Foi notificada a ação de seus companheiros e, imediamente, foram convidadosa incorporar-se ao trabalho na embaixada, como garantido nos seus direitos de trabalho. Finalmente, comunicamos a nossa disposição em mediar junto às autoridades brasileiras caso decidam abandonar o país”, diz a nota, que diz que convoca todos os funcionários das representações diplomáticas no Brasil a obedeceram a Guaidó.

Pelo Twitter, a deputada federal Erika Kokay alertou para o ato fascista: “Embaixada da Venezuela é invadida em Brasília em ato criminoso que fere a soberania e a democracia. Exigimos investigações e responsabilização dos culpados!”

Trata-se de um incidente diplomático internacional, desrespeitando o Tratado de Viena, e deve ser denunciado à ONU. A invasão da Embaixada da Venezuela no Brasil repete o que ocorreu no dia 10 de novembro na Bolívia, quando o território venezuelano também foi invadido.

Durante a manhã, os deputados federais Paulo Pimenta (PT) e Glauber Braga (PSOL) estiveram na embaixada e publicaram relato dos trabalhadores do local nas redes sociais.

*Com informações da Fórum


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