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14 de outubro de 2019
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12:20

Presidente do Equador recua e revoga decreto que gerou manifestações no país

Por
Luís Gomes
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Presidente do Equador recua e revoga decreto que gerou manifestações no país
Presidente do Equador recua e revoga decreto que gerou manifestações no país
Manifestações tomaram o Equador nas últimas semanas | Foto: Fernanda Gallardo/Voces Ecuador

Da Redação

Onze dias após o início dos protestos de movimentos indígenas contra a alta de 123% nos preços dos combustíveis, o presidente do Equador, Lenín Moreno, decidiu recuar e revogou o decreto 883, que promovia a retirada de subsídios. A decisão foi anunciada na noite de domingo (13), após reunião entre Moreno e lideranças indígenas do país.

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A revogação do decreto foi uma condição imposta pelas lideranças para encerrar os protestos que levaram o país a uma situação de turbulência política e para retomar o diálogo. Até então, Moreno se posicionava de forma irredutível e chegou a decretar estado de exceção para conter os protestos.

Moreno também mudou a sede do governo de Quito para Guayaquil, decretou toque de recolher a partir das 15h e militarizou a capital equatoriana. Segundo a Defensoria do Povo, pelo menos 7 pessoas morreram, mais de 900 ficaram feridas e outras 1,1 mil foram presas na repressão do governo às manifestações, que também contaram com o apoio de estudantes e trabalhadores de diversos segmentos.

A retirada dos subsídios dos combustíveis era um ponto central de um acordo firmado entre Moreno e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para a liberação de um empréstimo no valor de R$ 4,2 bilhões.

Eleito em 2017, Moreno foi vice do ex-presidente Rafael Correa e eleito com o seu apoio. Uma vez no poder, contudo, ele deixou de lado as políticas de viés de esquerda da chamada Revolução Cidadã, promovida por Correa, e passou a adotar políticas de cunho neoliberal. Os dois estão rachados desde que Moreno assumiu o poder. O atual presidente acusa o seu antecessor, que hoje vive na Bélgica, de “orquestrar” as manifestações em conluio com a Venezuela.

Na última sexta-feira (11), Correa acusou Moreno de trair o programa de governo vencedor nas urnas e pediu a convocação de eleições antecipadas, argumentando que esta possibilidade estava prevista na Constituição em caso de convulsão político. “Já não temos mortos suficientes?”, questionou em vídeo divulgado em suas redes sociais.


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