Relato sobre funeral de Fidel Castro ganha livro

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Leandro Taques: “Quando estive em Cuba em 2012, pela primeira vez, me chamou a atenção a relação do povo cubano com Fidel”. (Foto: Leandro Taques)

Da Redação

No dia 26 de novembro de 2016 Fidel Castro morreu em Havana. Enquanto o mundo voltava os olhos para a pequena ilha que afrontou os Estados Unidos com sua versão de socialismo tropical, dois jornalistas paranaenses e um gaúcho resolveram ver de perto o que estava acontecendo. Gibran Mendes, Leandro Taques e Tadeu Vilani cruzaram Cuba acompanhando o cortejo funerário. Foram nove dias e mais de dois mil quilômetros viajando por terra a bordo de um Dodge 56, um dos famosos e velhos carros presentes no país. O resultado será publicado no livro “Yo Soy Fidel” que trará 120 páginas repletas de histórias e fotografias.

Para o livro ser concretizado, os autores abriram uma campanha colaborativa para custear esta última etapa do projeto. A meta é alcançar R$ 25 mil, dinheiro que vai para o pagamento da gráfica onde serão rodados os livros; para o financiamento das recompensas dos colaborares; e para quitar a taxa de serviço cobrada pelo site Kickante, plataforma onde a campanha está hospedada.

Tadeu Vilani: “A morte de Fidel Castro, era um momento histórico, acompanhar e registrar a comoção da despedida que o povo realizou para o seu comandante, foi único”. (Foto: Tadeu Vilani)

O livro “Yo Soy Fidel” é uma espécie de relato de viagem atento à sociedade cubana e aos tantos personagens que passaram pelos olhos e lentes dos autores. Mas é, também, um relato jornalístico ciente do momento histórico ali vivido, que procura ultrapassar os clichês tão presentes quando o assunto é Cuba e seu comandante revolucionário Fidel Castro. As noventa fotografias que compõe “Yo Soy Fidel”, além de aprofundar o relato, procuram apresentar ao leitor um mundo cubano e caribenho pouco entendido e visto pelo resto do planeta.

“Fidel, goste dele ou não, é um dos maiores líderes políticos de nossa história. Acompanhar, mais do que isso, registrar e participar de um momento como esse é ver a história passar diante dos seus olhos”, diz o jornalista Gibran Mendes. O fotógrafo Leandro Taques tem opinião semelhante: “Quando estive em Cuba em 2012, pela primeira vez, me chamou a atenção a relação do povo cubano com Fidel. Na verdade, com os ‘barbudos’ Fidel Castro, Che Guevara e Camilo Cienfuegos. Mas em especial com Fidel, talvez por ele ainda estar vivo à época. Quando voltei para o Brasil comentei que deveria voltar para Cuba quando Fidel morresse. Fui para lá para ver de perto as reações, tristezas, homenagens. Não podia perder essa oportunidade histórica. Sem contar que cada um tem seu ponto de vista. Fui lá para registrar o meu”, completou. Para Tadeu Vilani a motivação está no registro fotográfico daquele momento. “Sou fotógrafo, e a fotografia me move. Estar próximo de momentos importantes da história da humanidade, quando possível, é importante. A morte de Fidel Castro, era um momento histórico, acompanhar e registrar a comoção da despedida que o povo realizou para o seu comandante, foi único. O que resta desta experiência são as vivências e a memória fotográfica que desejamos concretizar em livro”.

Gibran Mendes: “Fidel, goste-se dele ou não, é um dos maiores líderes políticos de nossa história”. (Foto: Gibran Mendes)

É possível colaborar com o projeto com valores a partir de R$ 25,00. Para adquirir o livro em pré-venda, o preço é R$ 50,00. No entanto, para os primeiros quarenta e cinco, o valor é R$ 45,00. Há outras recompensas para quantias maiores que incluem, inclusive, fotografias com impressões fine art em papel 100% algodão. A campanha é por tempo determinado.

Serviço

Yo Soy Fidel
Livro reportagem, capa dura, papel couchê 170g, 120 págs.
A campanha: kickante.com.br/campanhas/yo-soy-fidel
Colaboração e recompensas a partir de R$ 25,00

Os autores

Gibran Mendes (1982) é jornalista e nasceu em Pato Branco (PR). Passou pela redação da Gazeta Mercantil em Curitiba e atuou na assessoria do poder público, tanto no executivo quanto no legislativo. Atualmente é assessor de comunicação da CUT Paraná e do Instituto Declatra, além de colaborador de veículos da mídia alternativa, como o Brasil de Fato e Jornalistas Livres. Recebeu o Prêmio Sangue Bom de jornalismo por três vezes.

Leandro Taques (1974) é fotógrafo freelancer, graduado em Jornalismo, pós-graduado  pelas Faculdades Curitiba e pela Faculdade Cândido Mendes, do Rio de Janeiro. É professor de fotojornalismo em Curitiba e desenvolve trabalhos fotográficos documentais. Já fotografou em Cuba, China, Angola, no Afeganistão, Paquistão, Tibet, Nepal, Palestina ocupada, Líbano e também na Síria. Integra o coletivo Jornalistas Livres. É colaborador do Terra Sem Males e Brasil de Fato.

Tadeu Vilani (1965) atua profissionalmente desde 1993 e, há 20 anos, é fotógrafo do jornal Zero Hora. Nascido em Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, desenvolve projetos fotodocumentais. Influenciada pelo cinema neorrealista italiano. Sua estética é marcada pelo uso do preto e branco e pela temática ligada às causas sociais e ao homem. Vilani já expôs seu trabalho em mostras coletivas e individuais pelo Brasil, Argentina, Iraque, Itália, Lituânia, Polônia, Portugal e Uruguai.


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