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24 de fevereiro de 2016
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17:09

Vazamentos no principal oleoduto do Peru contaminam dois rios na Floresta Amazônica

Por
Sul 21
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Foto: Divulgação/Oefa
Foto: Divulgação/Oefa

Do Opera Mundi

Dois vazamentos no principal oleoduto do Peru, em 25 de janeiro e 3 de fevereiro, levaram à contaminação de dois rios do país, segundo a estatal Petroperú anunciou na segunda-feira (22). O volume total de petróleo vazado na Amazônia peruana equivale a cerca de 3.000 barris.

A Petroperú afirmou que o primeiro vazamento, que ocorreu no departamento de Amazonas, foi ocasionado por um deslizamento de terra, e o segundo, no departamento de Loreto, não teve a causa esclarecida pela empresa.

O petróleo contaminou os rios Chiriaco e Morona, no noroeste do país, de acordo com o OEFA (Organismo de Avaliação e Fiscalização Ambiental do Peru). Os rios são usados por comunidades locais, inclusive indígenas, para o abastecimento de água. Na última quarta-feira (17/02), o Ministério da Saúde decretou estado de emergência pela qualidade da água por 90 dias em seis distritos.

Segundo a Rede Assistencial Amazonas, que faz parte do Seguro Social de Saúde do Peru, o petróleo derramado provocou casos de dermatite alérgica, bronquite, faringite e gastroenterite em pessoas que trabalharam na contenção de danos. “Pedimos a toda a população para não consumir a água dos rios”, disse Javier Guzmán Cortez, médico e diretor da Rede.

O jornal peruano El Comercio reportou que, durante as últimas semanas, a alimentação da comunidade indígena de Mayuriaga, em Loreto, se reduziu a mandioca e algumas folhas por conta do vazamento. Às crianças é dada carne de aves criadas nas casas. “É o mais saudável que podemos ofertar [às crianças]”, disse Héctor Anango Huasanga, professor em Mayuriaga.

A Petroperú deverá pagar 60 milhões de soles (cerca de R$ 67,4 milhões) em multas caso seja confirmado juridicamente que os vazamentos prejudicaram a saúde de moradores dos locais atingidos.

“É importante notar que os vazamentos não são casos isolados. Emergências similares ocorreram por conta de defeitos em partes do oleoduto”, declarou em um comunicado o OEFA à Petroperú.

O presidente da estatal, Germán Velásquez, declarou que deverá levar “algum tempo” até que as operações sejam normalizadas. Com os danos nos oleodutos, o transporte de 5.000 a 6.000 barris de petróleo por dia foi interrompido.

 


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