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1 de julho de 2014
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20:13

Estado Islâmico convoca muçulmanos de todo o mundo para ajudar na construção de califado

Por
Sul 21
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Do Opera Mundi

 

 | Foto: Spc. Jeffrey Alexander, US Army/ Creative Commons
| Foto: Spc. Jeffrey Alexander, US Army/ Creative Commons

O líder da organização extremista sunita EIIL (que agora se chama apenas “Estado Islâmico”), Abu Bakr al-Baghdadi, chamou os muçulmanos de todas as partes do mundo nesta terça-feira (01) para se juntar à batalha e ajudar a construir o novo califado no território recém-conquistado, entre o norte do Iraque e da Síria.

“Muçulmanos: corram para seu estado! Sim, é seu estado! Pois a Síria não é para os sírios e o Iraque tampouco para os iraquianos. A terra é de Allah”, clamou al-Baghdadi, segundo a AP. Feita por meio de um áudio de 19 minutos, a convocação vem dois dias depois de o grupo declarar o estabelecimento de um Estado islâmico e proclamar al-Baghdadi como o novo califa a quem todos os muçulmanos devem jurar lealdade.

No comunicado, al-Baghdadi apresentou-se como o líder de todos os muçulmanos e deixou claro sua ambição global. Segundo ele, o Estado islâmico é uma terra para todos os muçulmanos, independentemente da nacionalidade. Lhes foi prometido que a ida ao local trará de volta aos cidadãos “dignidade, poder, direitos e liderança”.

“É um estado onde o árabe e o não árabe, o branco e o negro, o homem ocidental e oriental são todos irmãos”, declarou. Para ajudar a construir esse califado, al-Baghdadi fez um apelo especial aos que têm habilidades práticas – como acadêmicos, juízes, médicos, engenheiros e militares – para irem rapidamente “responder à extrema necessidade que os muçulmanos têm deles”.

O novo califa ainda pediu que os jihadistas escalem novos combatentes, mesmo durante o Ramadã, mês sagrado para o Islã. 

Conflitos continuam

Nesta terça, o Estado Islâmico avançou na vizinha Síria e tomou Boukamal, perto da fronteira com o Iraque. Os jihadistas seguiram em direção à cidade de Shuheil, ao noroeste, travando batalha em um reduto de outro grupo extremista rival, os sírios do Frente al-Nusra.

Paralelamente, o principal grupo xiita da Índia, Anjuman-e-Haideri, convocou milhares de voluntários para viajar à Bagdá, capital do Iraque, para “lutar contra o terrorismo” do Estado Islâmico, proteger os santuários xiitas e cuidar dos feridos no conflito. “Até agora 25 mil pessoas se voluntariaram para a missão no Iraque. E esperamos tarifas especiais da indústria da aviação”, disse nesta terça o presidente da organização, Ali Naqvi, à Al Jazeera.

A crise sectária entre sunitas e xiitas no Iraque resultou na morte de mais de 2.400 pessoas apenas em junho – mês com maior número de vítimas em anos no país. Filial iraquiana da Al Qaeda, o Estado Islâmico passou a atuar em peso nas últimas semanas com a proposta de criar um califado na fronteira entre a Síria e o Iraque – plano que está se concretizando em meio à crise política do governo xiita do premiê Nuri al-Maliki.


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