Apesar do progresso, Brasil é o 10º no ranking de desigualdade

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Rachel Duarte

Apesar de o Brasil ter elevado consideravelmente o seu índice de desenvolvimento humano e ter entrado no grupo dos países com alto índice neste quesito, o país continua entre os países mais desiguais do mundo. Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) será divulgado, nesta sexta-feira (23), e aponta que o grau de desigualdade brasileiro ficou em torno de 0,56 por volta de 2006.

O cálculo do indicador de desigualdade (Índice Gini) varia de acordo com o pesquisador, as fontes e a base de dados utilizados. Quanto mais próximo de 1 mais desigual é o país. Em geral, o Brasil só fica em melhor posição do que o Haiti e a Bolívia na América Latina – o continente mais desigual do planeta, segundo o Pnud.

No mundo, a base de dados do Pnud mostra que o País é o décimo no ranking da desigualdade. Os dados levam em conta apenas 126 dos 195 países membros da ONU.

Na seleção de países mencionada no relatório do Pnud, os piores indicadores pela medição de Gini são Bolívia, Camarões e Madagascar (0,6) e Haiti, África do Sul e Tailândia (0,59). O Equador aparece empatado com o Brasil com um indicador de 0,56.

Desigualdade e mobilidade

O relatório foca no problema da desigualdade na América Latina, o continente mais desigual do mundo, segundo o Pnud. Dos 15 países onde a diferença entre ricos e pobres é maior, dez são latino-americanos.

Em média, os índices Gini para a região são 18% mais altos que os da África Subsaariana, 36% mais altos que os dos países do leste asiático e 65% mais altos do que os dos países ricos. O documento traça uma relação entre a desigualdade e baixa mobilidade social. No Brasil e no Peru, por exemplo, o nível de renda dos país influencia a faixa de renda dos filhos em 58% e 60%, respectivamente.

Para o Pnud, a saída para resolver o problema da desigualdade na América Latina passa por melhorar o acesso das populações aos serviços básicos – inclusive o acesso à educação superior de qualidade.

O relatório diz que programas sociais como o Bolsa Família, Bolsa Escola e iniciativas semelhantes na Colômbia, Equador, Honduras, México e Nicarágua representaram “um importante esforço para melhorar a incidência do gasto social” na América Latina, sem que isso tenha significado uma deterioração fiscal das contas públicas.

“No que diz respeito à distribuição (de renda), as políticas orientadas para o combate à pobreza e à proteção da população vulnerável promoveram, na prática, uma incidência mais progressiva do gasto social, que por sua vez resultou em uma melhor distribuição da renda.”


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