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2 de junho de 2010
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19:11

Ação israelense é condenada por 32 países

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Sul 21
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Primeiro ministro de Israel diz que críticas são “hipocrisia”

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, defendeu a operação de segunda-feira contra um comboio de navios com ajuda humanitária destinada a Gaza, na qual nove ativistas foram mortos, e acusou as críticas da comunidade internacional de “hipocrisia”.

Em um discurso transmitido pela televisão israelense nesta quarta-feira, informa a agência de notícias Reuters, ele disse que continuará o bloqueio imposto à Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, dizendo que suspender o embargo transformaria o território em base para mísseis iranianos que ameaçariam Israel e a Europa.

O governo de Israel começou a deportar um grupo de mais de 250 ativistas que tinham sido detidos na operação militar na segunda-feira (31). Segundo informações que a embaixada brasileira em Israel obteve das autoridades israelenses, a brasileira Iara Lee já deixou a prisão de El’A, em Be’er Sheva, e deveria embarcar logo em seguida para a Turquia.

A cineasta brasileira, que estava em uma das embarcações, será deportada para a Turquia junto com 60 cidadãos turcos que aguardam no aeroporto de Beng Gurion. De acordo com a embaixada, a brasileira estava na lista de passageiros da frota como cidadã americana. Ela vive em Nova York há 20 anos e não se sabe se seguirá para o Brasil ou para os EUA após pouso na Turquia.

O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) já adotou uma resolução estabelecendo investigação internacional independente sobre a ação em que Israel interceptou a flotilha humanitária que seguia para a Faixa de Gaza. A resolução condenou o “ataque ultrajante” de Israel e foi adotada após 32 países votarem a favor e três contra. Oito se abstiveram. O incidente, ocorrido na segunda-feira, culminou no assassinato de nove ativistas.

Logo em seguida, a ação israelense provocou críticas internacionais. A Liga Árabe e a Organização da Conferência Islâmica solicitaram uma sessão especial no Conselho de Direitos Humanos da ONU para discutir o tema. Os Estados Unidos se declararam “bastante perturbados” pela violência no caso, mas se opuseram à resolução. A Holanda também votou contra.

O ministro de Defesa do Irã fez um apelo aos países do mundo para que cortem todas as relações com Israel após a morte de ativistas que levavam ajuda humanitária à Faixa de Gaza. “O mínimo que a comunidade internacional deveria fazer é boicotar e cortar relações diplomáticas, econômicas e políticas com o regime sionista”, disse Ahmad Vahidi.

Turquia defende investigação independente de ataque israelense

Segundo a Agência EFE, o ministro de Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, defendeu nesta quarta-feira (2) que a investigação do violento ataque israelense só pode ser realizada por uma comissão internacional, e não por Israel.

“O ataque ocorreu em águas internacionais. Israel não pode investigá-lo. Queremos uma investigação do crime de Israel, que defenda os direitos das nove pessoas assassinadas”, disse Davutoglu à imprensa em Ancara, após retornar de Nova York. Ele advertiu que, caso um só cidadão turco seja submetido a investigações em Israel, a Turquia está decidida a perseguir judicialmente as autoridades israelenses responsáveis pelo ataque.

“Aqueles que sequestraram passageiros de um navio que estava em águas internacionais não podem processá-los (os passageiros). Caso o façam, nós é que lhes processaremos”, disse o ministro.

Ele ressaltou que, tanto os Estados Unidos quanto Israel prometeram que todos os ativistas da frota que assim o quisessem chegariam à Turquia hoje sem passar por nenhuma investigação ou outro procedimento legal em Israel, e sem assinar um só papel.

“Todos os cidadãos turcos e estrangeiros devem sair de Israel no mais tardar nesta noite, sem nenhum processo judicial. Israel deve permitir a formação de uma comissão internacional de investigação e aceitar as decisões da mesma. E deve suspender o bloqueio a Gaza”, concluiu Davutoglu.

Com agências e site do Itamaraty


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