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19 de maio de 2010
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14:52

YouTube comemora cinco anos com 2 bilhões de visualizações diárias

Por
Sul 21
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Clarissa Pont

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O YouTube acaba de completar cinco anos com uma média de 2 bilhões de visualizações diárias, de acordo com mensagem publicada no blog oficial do serviço nesta segunda-feira (17). No ar desde maio de 2005, e comprado pelo gigante Google em novembro de 2006 por US$ 1,65 bilhão, o site se tornou um importante espaço para a hospedagem e compartilhamento de vídeos na web e está presente em mais de 200 países.

A idade é tenra, mas os números são vertiginosos e as cifras, guardadas a sete chaves. Os dois bilhões de visualizações conquistadas pelo YouTube são a cara da web 2.0, mas outras conquistas também surpreendem. O serviço oferece produções em alta definição e em 3D. Atualmente, cerca de 24 horas de vídeos são postadas no site por minuto, o que equivale a 150.000 longas-metragens por semana. “Graças a vocês, nosso site superou um novo marco”, indicou a companhia em seu blog. “É quase o dobro da audiência do horário nobre das três principais cadeias de televisão americanas combinadas”.

Apesar da aparente comemoração, os desenvolvedores do serviço afirmam que ainda há muito trabalho a ser feito, principalmente em relação ao tempo gasto dentro da página. “Queremos facilitar a navegação e a busca de vídeos importantes para os usuários. Nossos visitantes ficam cerca de 15 minutos na página, o que é muito pouco se compararmos com as cinco horas que as pessoas gastam com a televisão”.

Os comunicados coincidem com o lançamento da cadeia YouTube 5 Year, um olhar sobre a história e a influência do site. Há testemunhos de usuários que vão desde um manifestante iraniano que usou o YouTube para contar ao mundo seu drama cotidiano e de seu país até um portador de câncer que fez uma crônica visual de seu combate contra a doença.

Para Eduardo Campos Pellanda, professor de jornalismo online da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a relação entre a audiência tradicional de televisão e os acessos ao YouTube corresponde a uma via de mão dupla. Tanto os canais tradicionais possuem espaços no site, como cada vez mais a televisão veicula vídeos postados anteriormente na web. “Hoje, é possível assistir ao Jornal Nacional quando se chega tarde em casa, pela web. Mas existem as duas coisas, a audiência da televisão e do YouTube e o tipo de material que é veiculado em cada uma”.

Pellanda, que coordena três laboratórios na Universidade, dentre eles o Centro de Produção Multimídia, indica o livro “YouTube e a Revolução Digital” como um bom apanhado de informações para entender o fenômeno de acessos à ferramenta. O livro apresenta como o público e a indústria se relacionam com o site. Segundo os autores, é inegável a importância nas disputas por autoridade e controle no ambiente das novas mídias que o YouTube acrescenta.

Para Jean Burgess e Joshua Green, o sucesso da rede social é resultado da combinação da popularidade em grande escala de determinados vídeos  criados por usuários e o emprego do YouTube como meio de distribuição do conteúdo das empresas de mídia. “Para o YouTube, a cultura participativa não é somente um artifício ou um adereço secundário; é, sem dúvida, seu principal negócio”, escrevem. O livro é produto da leitura atenta de estudos sobre mídia e cultura e de um levantamento de 4.320 vídeos analisados e classificados como “Mais Populares” do site, reunidos entre agosto e novembro de 2007.

No começo deste ano, o vídeo mais popular de todos os tempos no site era um clipe de 2007 que mostra um bebê britânico mordendo alegremente o dedo de seu irmão mais velho. As imagens caseiras logo foram suplantadas por uma ousada estréia especial para o site: A cantora pop Lady Gaga para seu single “Bad Romance”, que usava como tema a ficção científica. “A ocasião simboliza alguma coisa: o YouTube, subsidiária do gigante das buscas online Google, está amadurecendo. No passado conhecido primordialmente por vídeos sobre gatos que andam de skate, nerds dançando e diversas gracinhas de bebês, o YouTube hoje oferece uma combinação de vídeos mais profissionais que atraem audiências cada vez maiores e mais atentas”, avalia Brad Stone no New York Times desta segunda-feira (17).

“Nosso maior desafio é garantir que não provemos coisas demais”, disse Chad Hurley, o discreto e modesto co-fundador e presidente-executivo do YouTube. Na imprensa internacional, Hurley se recusou a discutir o desempenho financeiro do YouTube, ainda que tenha mencionado uma tendência geral de melhora nos resultados. O Google informou em janeiro que o site, que sempre teria operado no vermelho, havia elevado sua receita e que o espaço publicitário em 20 países estava sendo completamente vendido, ainda no final de 2009.


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