Para o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, o presidente Lula é “um dos grandes nomes da esquerda mundial”. Em entrevista exclusiva à BBC Brasil antes de embarcar para uma visita de três dias ao Brasil, Sócrates afirmou que o presidente tem um capital político que não deve ser desperdiçado e que Lula poderia ocupar qualquer posição de relevo na cena internacional.
O primeiro-ministro afirmou ainda que o crescimento econômico e político brasileiro pode ajudar Portugal, que estaria se tornando uma plataforma para empresários brasileiros atuarem no mercado europeu. Sócrates desembarca, nesta quarta-feira (26), em São Paulo para uma visita de 48 horas, durante a qual irá participar de encontros em São Paulo e do Fórum da Aliança das Civilizações, no Rio.
Na quinta-feira, Sócrates reúne-se com empresários brasileiros e portugueses na Federação de Indústrias do Estado de São Paulo para promover possibilidades de investimento em Portugal. O aumento dos investimentos em Portugal foi um dos compromissos declarados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última Cúpula luso-brasileira realizada em Lisboa em 19 de maio.
Segundo a Agência Lusa, há interesse de empresários portugueses em estabelecer contatos com os responsáveis brasileiros pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016 e do Mundial de futebol de 2014 para analisar possíveis negócios na área da construção, a energia e a eletricidade. Na madrugada de sábado, o líder português deve chegar a Caracas, onde se reunirá com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e assinará acordos de cooperação.
Relações econômicas Brasil – Portugal
Segundo informação da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, (AICEP), as empresas portuguesas têm evidenciado um notório aumento de interesse em explorar novas oportunidades do mercado brasileiro. A esta situação é somado o fato de o Brasil apresentar “um momento único, quer pelo bom desempenho da sua economia – que se espera que volte a crescer em mais de 5% em 2010 (em contraponto ao ciclo das economias europeias e dos EUA)”.
Ainda segundo a Agência, todos os indicadores apontam para que o século XXI seja o “século brasileiro”, ressalta Nuno Gomes Ferreira, responsável pelo Instituto Português de Estudos Fiscais Internacionais. “Quando pensamos num contexto de integração econômica europeia, verificamos que o Brasil pode ser um vetor fortíssimo de compensação das debilidades da nossa economia”, frisa Gomes Ferreira.
Com EFE e Agência Lusa