Dirigentes de uma universidade na Califórnia, na costa leste dos Estados Unidos, se desculparam com seus alunos latinos após uma professora proibi-los de falar espanhol na sala de aula. Depois do comentário, a profissional foi afastada de suas atividades por alguns dias, mas voltou a lecionar na instituição.
Jonathan Cedeño, um dos estudantes que denunciaram o caso à diretoria do Kaplan College, disse que durante ao menos duas aulas de práticas médicas do curso de Medicina a instrutora Patrícia Dusset afirmou que a política da escola vetava o espanhol.
Cedeño – citado pelo jornal San Diego Union-Tribune – disse que após confrontar a professora, ouviu que o uso do espanhol dentro da sala de aula poderia prejudicar suas notas e estudantes que ignorassem a regra poderiam não receber cartas de recomendação da entidade após a conclusão do curso.
“Eu disse a ela que aquilo não era correto, que ela estava violando meus direitos, que poderíamos falar da forma como quiséssemos”, afirmou Cedeño.
A única referência na universidade à língua espanhola, segundo o jornal, diz: “Todos os cursos são lecionados em inglês. Os estudantes devem estar aptos a falar, ler e escrever fluentemente em inglês. Habilidades no uso do inglês serão determinantes no teste e entrevista de admissão e no preenchimento de documentos”.
O espanhol é hoje a segunda língua mais falada nos EUA, país com mais de 300 milhões de habitantes. De acordo com o Censo norte-americano de 2007, o espanhol é a principal língua falada dentro das residências norte-americanas por mais de 34 milhões de pessoas. Quarenta e cinco milhões de hispânicos têm o espanhol como primeira ou segunda língua e mais de seis milhões de estudantes hispânicos frequentam universidades nos EUA.
Por Marina Terra – Opera Mundi