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8 de fevereiro de 2021
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20:22

Mais de 300 escolas estaduais do RS não têm banheiro, aponta levantamento do Dieese

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Sul 21
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Mais de 300 escolas estaduais do RS não têm banheiro, aponta levantamento do Dieese
Mais de 300 escolas estaduais do RS não têm banheiro, aponta levantamento do Dieese
Mais de 300 escolas estaduais sequer possuem banheiro. Na foto, escola Paula Soares. Foto: Guilherme Santos/Sul21

Da Redação

Das 2.410 escolas da rede estadual de educação do Rio Grande do Sul, somente 26,2% fornecem água potável e 328 sequer possuem banheiro em suas dependências, é o que aponta um levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-RS) a partir dos dados do Censo Escolar 2020.

A partir do cruzamento de dados da primeira pesquisa estatística do Censo Escolar, divulgada no dia 29 de janeiro pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Dieese apurou que 86,31% das escolas contam com abastecimento da rede pública de água, mas não necessariamente própria para beber, o que é o caso de apenas 26,2% delas. Além disso, apurou que 10 (0,41%) escolas estaduais informaram que não contam com nenhum tipo de abastecimento de água.

A precariedade de instalações sanitárias também fica evidenciada pelo fato de que 54,77% das escolas não contam com esgoto sanitário e 13,65% indicaram que não contam com banheiro nas suas dependências, o que representa 328 escolas estaduais gaúchas.

Os dados do Censo apontam ainda que 69,83% das escolas não possuem banheiro adequado ao uso dos alunos com deficiência ou mobilidade reduzida.

Em nota, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) afirma que deseja que estes dados sejam analisados quando o governo defende o retorno das aulas presenciais como forma de “combater a desigualdade” entre as redes pública e privada.

“Tal justificativa, que embasa a tentativa de forçar a presença de estudantes, desafia a inteligência de quem conhece a rede estadual: escolas sucateadas, com estrutura precária, deficitária em recursos humanos e sem condições de cumprir os protocolos sanitários. Uma política real de redução das desigualdades passa por investimentos consistentes na manutenção e qualificação dos equipamentos públicos que compõem a rede, bem como na valorização dos educadores(as), que já amargam perdas salariais que corroeram 40% do poder de compra da categoria em seis anos”, diz a nota.

O sindicato defende ainda que um retorno seguro das aulas presenciais deve ocorrer mediante a vacinação dos educadores, a garantia de distribuição dos equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários e de que as escolas terão os recursos humanos, financeiros e testes necessários à disposição para que o retorno não resulte em novos surtos de covid-19.


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