Da Redação
Quando a pandemia do novo coronavírus provocou as primeiras medidas de distanciamento social, em março deste ano, pouca gente imaginava o ano que viria pela frente. A pandemia afetou radicalmente a nossa vida privada, profissional e social. Vários setores econômicos enfrentaram o desafio de se reinventar muito rapidamente para seguir sobrevivendo. Um deles foi o da agricultura familiar, principal responsável pela produção de alimentos no país. O terceiro episódio do Conversas Cidadãs, uma produção realizada em parceria pelo Sul21 e pelo Instituto Goethe Porto Alegre, conversa com jovens agricultores e agricultoras que tiveram que enfrentar esse desafio. Eles falam de como foram obrigados a buscar alternativas de sobrevivência, de produção e comercialização, nos marcos da ideia do desenvolvimento de uma economia circular e de proximidade.
Esse novo episódio da série “Conversas Cidadãs – Covid-19”: o que muda? traz como convidados Charles Lima, Micheli Bresolin e Franciele Menoncin Belle.
Charles Lima é presidente da RedeCoop, uma articulação de 44 cooperativas do Rio Grande do Sul que congrega mais de 12 mil famílias de agricultores e agricultoras familiares do Estado. Ele fala sobre a situação de quase desespero que se abateu sobre muitas famílias de agricultores no início do ano. Mais de 80% dos contratos previam o fornecimento de produtos para a alimentação escolar. Com a interrupção das aulas, em função da pandemia, como fazer para sobreviver? Ele conta como foi essa experiência.
Micheli Bresolin é vice-presidenta da Coomafit, cooperativa de agricultores familiares que reúne 273 associados e associadas, cerca de 160 famílias, nos municípios de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas. Ela trabalha na organização da produção nas unidades familiares que integram a cooperativa e relata como foi difícil o inicio desse trabalho que, até então nunca tinha sido desenvolvido por uma mulher.
Franciele Menoncin Belle é agricultora familiar e coordenadora da Associação Agroecológica. Ela participa da Feira dos Agricultores Ecologistas, em Porto Alegre, desde que nasceu. Primeiro, freqüentava o espaço na barriga de sua mãe, que também trabalhava na feira. Depois que nasceu, a partir dos seis meses de idade, passou a ir à feira quase todos os sábados. Para além dos problemas enfrentados, Franciele destaca que os últimos meses serviram ao menos para despertar a consciência da uma parcela maior da população para a importância de consumir alimentos saudáveis para fortalecer a imunidade e a qualidade da saúde de um modo geral.
No primeiro episódio deste ano, que foi ao ar no fim de setembro, Ronaldo Hallal e Jean Segata avaliaram que lições já podemos tirar da pandemia, considerando o modo como ela se desenvolveu no Brasil desde março.
Já no segundo episódio, lançado no fim de outubro, o psicanalista Robson de Freitas Pereira abordou aspectos que envolvem a saúde mental da população diante do isolamento, das milhares de mortes e da falta de perspectiva de retomada da vida como conhecíamos até então.
