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20 de novembro de 2020
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15:31

‘Morreu porque era negro’, diz Defensoria Pública

Por
Sul 21
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‘Morreu porque era negro’, diz Defensoria Pública
‘Morreu porque era negro’, diz Defensoria Pública
Vereadores da bancada negra e outros manifestantes protestaram em frente ao Carrefour, nesta sexta-feira, após o assassinato de João Alberto Silveira Freitas. Foto: Luiza Castro/Sul21

Da Redação

Num tom duro, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul declarou que, embora a morte de João Alberto Silveira Freitas, 40 anos, assassinado no Carrefour localizado no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre, ainda esteja sob investigação, o vídeo com as imagens do crime “falam por si”. Freitas foi morto por um segurança do estabelecimento e um policial temporário na noite desta quinta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra. “Morreu. Morreu porque era negro”, define a Defensoria.

“É inadmissível que um brutal homicídio nas condições visualizáveis, com nítidos contornos racistas, seja tolerado em um Estado Democrático de Direito. Os fatos exigem da sociedade gaúcha explícitas e públicas manifestações de indignação, frente ao nítido crime de ódio perpetrado por dois homens brancos”, destaca a nota.

A Defensoria enfatiza que o crime e seu contexto são de extrema gravidade e que o órgão, como expressão e instrumento do regime democrático, não terá “qualquer espécie de tolerância, permissividade ou conivência com o racismo, expresso letalmente no caso concreto”.

“Negras e negros possuem o direito de viver e existir como sujeitos de direitos e a Defensoria Pública não medirá esforços para a concretização de tais garantias cidadãs e, acima de tudo, para abolir qualquer forma de discriminação racial. O homicídio de João causa consternação e tristeza e não ficará impune, para o bem da história da sociedade gaúcha e do Brasil”, finaliza o comunicado. 

Numa nota mais curta, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) também se manifestou sobre o crime e disse que acompanhará com atenção a apuração dos fatos.  “O MP-RS reitera que todas as medidas necessárias para o esclarecimento das circunstâncias serão tomadas na tarefa de prontamente levar o caso à Justiça para a responsabilização dos agressores.” 


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