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24 de outubro de 2020
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17:49

Jornalista é denunciado ao MP por crime de LGBTfobia por ativista trans

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Sul 21
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Jornalista é denunciado ao MP por crime de LGBTfobia por ativista trans
Jornalista é denunciado ao MP por crime de LGBTfobia por ativista trans
Natasha Ferreira foi a primeira mulher trans a ser nomeada como assessora parlamentar na Assembleia Legislativa. (Foto: Samir Oliveira)

Da Redação

A ativista pelos direitos da população LGBTI+ Natasha Ferreira denunciou o jornalista Milton Cardoso ao Ministério Público por crime de homofobia. Durante o programa Live News, da emissora Band RS, que foi ao ar em 17 de outubro, afirma a denúncia, o jornalista teria proferido discurso de ódio contra famílias formadas por dois homens ou duas mulheres.

Ao entrevistar a promotora de Infância e Juventude Cinara Vianna Dutra Braga a respeito do processo de adoção no Estado, Milton Cardoso reagiu à possibilidade de adoção de crianças por casais LGBTs. O jornalista afirmou:

“Aí a senhora me desculpa, porque aí não é família. A senhora me desculpa, é o meu ponto de vista. Homem com homem, mulher com mulher não é A história… Pera aí um pouquinho. O Supremo Tribunal Federal, numa decisão irresponsável, homoafetividade… Resolveu, enfim. Quem é que procria? Que que é a família? O que é o homem, a mulher, a família, constituição da família? Dois homens, duas mulheres juntas criar uma criar uma criança, pegar uma criança de 1 ano, de dois nos? Não, não. Não me leve a mal. Mas é meu ponto de vista. Não é gostar. É que isso não existe. Claro que não. Eu te provo, pode pegar psiquiatras, psicólogos, pessoas assim altamente preparadas e qualificadas no planeta. E quem tá falando, sabe quem tá falando disso? Quem tá falando isso é pai de homossexual. Eu tenho um filho homossexual. Eu tô falando que não tem como você formar uma criança… Dois homens ou duas mulheres. Ou é família… Não tem como. O telespectador vai dizer que eu sou um louco, não tem problema nenhum. Eu quero resgatar os valores de família e não é por aí. Não é por aí que nós vamos resgatar valores de família. Não. O politicamente correto não. Ladeira abaixo.”

Na representação encaminhada ao MP, a ativista pede que Milton Cardoso seja processado criminalmente por homofobia, conforme a lei 7.716/1989, de acordo com a determinação do Supremo Tribunal Federal – que, em junho deste ano, decidiu que a discriminação contra a população LGBTI+ pode ser punida nos termos da lei que prevê o crime de racismo.

“Não vamos assistir caladas ao discurso de ódio sendo proferido em rede de televisão. Quem deseja ser LGBTfóbico precisa entender que suas atitudes terão consequências, já que após a decisão do STF a LGBTfobia passou a ser um crime no Brasil. Espero que o Ministério Público acolha minha denúncia e que esse jornalista seja responsabilizado por sua conduta criminosa”, disse Natasha.


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