Geral
|
17 de setembro de 2020
|
21:31

Novo reitor da UFRGS defende legitimidade de nomeação e diz que buscará diálogo

Por
Luís Gomes
[email protected]
Carlos Bulhões concedeu coletiva nesta quinta | Foto: Lucas Dalfrancis/ Critério/ Divulgação

Da Redação

Em coletiva virtual concedida à imprensa nesta quinta-feira (17), o próximo reitor da reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), professor Carlos André Bulhões, confirmou que irá aceitar a nomeação e disse que buscará marcar sua gestão pelo diálogo e pela aproximação com a sociedade. Bulhões afirmou que, após ser nomeado nesta quarta-feira (16), a primeira ação que tomou foi entrar em contato com o atual reitor, Rui Vicente Oppermann, que venceu a consulta interna promovida pela instituição em julho passado.

“Fizemos um esforço grande, ao longo do dia de ontem (quarta-feira), para conversar com o reitor. Ele nos passou a informação de que quem fará a transição será o chefe de gabinete, professor João Roberto Braga de Mello. Mesmo assim, seguimos à disposição, abertos para um diálogo franco e respeitoso com o reitor Oppermann, para uma transição gradual, tranquila e sem nenhuma quebra”, disse.

A nomeação de Bulhões tem sido denunciada por parte da comunidade acadêmica como uma “intervenção” na UFRGS, uma vez que ele era o terceiro nome da lista tríplice encaminhada ao presidente Bolsonaro. Na coletiva, o próximo reitor disse que a escolha do seu nome é fruto de um processo legítimo de consulta à comunidade acadêmica.

“As três candidaturas tinham a mesma legitimidade, condições técnicas e trajetória para serem escolhidas pelo presidente da República. Tanto é assim que todos os seis candidatos assinaram uma declaração de investidura do cargo, manifestando que aceitariam assumir a reitoria”, disse. “Acredito que a minha trajetória acadêmica e preparo tenham contribuído para a escolha do meu nome na lista tríplice encaminhada após a consulta à universidade. Como disse antes: as três candidaturas estavam aptas e com serviços prestados, então todos tinham legitimidade”.

Bulhões também disse que irá buscar manter um diálogo permanente — seja com servidores, com estudantes, com professores e com toda a sociedade — e propôs a formação de um conselho de ex-reitores. “Não temos nenhuma restrição a dialogar com ninguém. Este não é um espaço para emular sentimentos de antipatia da sociedade. Estamos abertos a falar com todas as entidades e setores”, afirmou.

Para ele, a UFRGS tem de contribuir de forma mais efetiva para o enfrentamento dos grandes dilemas do Estado, propondo soluções através dos seus núcleos de conhecimento e de mais proximidade da sociedade. “A UFRGS, que sempre foi vista como um patrimônio e uma referência na sociedade, infelizmente tem perdido espaço na lembrança dos gaúchos. O conflito de lados gera uma percepção errada da nossa universidade. Queremos que a UFRGS seja mais consultada por sua excelência acadêmica, principalmente nesse momento pós-pandemia. Queremos nos unir nesse contexto, porque temos talentos e condição para oferecer soluções”, disse.

Carlos Bulhões é professor titular e diretor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, engenheiro civil, doutor em Planejamento de Recursos Hídricos e pós-doutor em Planejamento Ambiental. A próxima vice-reitora é Patricia Pranke, professora titular da Faculdade de Farmácia e do programa de pós-graduação em Ciências Biológicas – Fisiologia da UFRGS.


Leia também
Compartilhe:  
Assine o sul21
Democracia, diversidade e direitos: invista na produção de reportagens especiais, fotos, vídeos e podcast.
Assine agora