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6 de setembro de 2020
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22:03

Brasileiro ignora pandemia e lota bares e praias por todo o país

Por
Sul 21
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Praia do Flamengo na zona sul do Rio de Janeiro. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Da Revista Fórum

O Brasil atingiu a marca preocupante de 4.123.000 infectados pelo novo coronavírus, com 126.203 mortes, neste sábado (5). Só entre sexta-feira e o primeiro dia do final de semana prolongado, morreram 628 pessoas e mais de 30 mil foram infectados.

No entanto, parece que parte da população banalizou a enfermidade. Nesse feriadão, bares, lanchonetes, calçadões e areias de praias ficaram lotadas. Os engarrafamentos se agigantavam já no final do expediente desta sexta-feira (4), prenunciando uma normalidade anormal.

No Rio de Janeiro, onde a taxa de letalidade é a maior do país (acima de 7%), segundo a Fiocruz, a prefeitura liberou o banho de mar, ressaltando a obrigatoriedade do uso de máscaras no calçadão, e proibiu barracas e ambulantes na areia. Todas essas recomendações foram ignoradas por banhistas que, demonstravam irresponsabilidade ao não usarem máscaras e promoverem aglomerações.

Em Cabo Frio, na Região dos Lagos, a aglomeração era a regra. Os hotéis da região estão com ocupação máxima permitida pela lei, que é de 40%. A projeção é que mais de 125 mil veículos se dirijam ao local. Na zona sul da capital, as areias de Ipanema, Copacabana e do Aterro do Flamengo mostravam frenética aglomeração.

À noite, os bares do Leblon estavam lotados. A Cidade Maravilhosa registra um índice de letalidade assustador (3,3%) e soma 232.747 casos de Covid. Walter Cintra, médico sanitarista e membro da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou preocupação: “Isso que aconteceu no Rio é muito preocupante e só vamos ver o efeito daqui a duas semanas”.

No litoral paulista, a coisa não foi nada diferente. As praias de Santos, na Baixada Santista, amanheceram repletas de turistas, guarda-sóis e cadeiras se amontoavam, o que foi comum nas nove cidades do litoral sul paulista. O clima é de férias de verão. Em Praia Grande, Ubatuba, por falta de espaço na areia, havia aglomeração até dentro do mar.

No Nordeste as areias estão fervendo. Em Jaricoacoara, no litoral oeste do Ceará, os hotéis estão com lotação esgotada, o que fez o lugar chegar aos trending topics do Twitter. Os comerciantes estão vibrando com a volta dos turistas, tudo parece normal. Já na capital, Fortaleza, as coisas estão mais calmas, a Praia do Futuro teve movimentação discreta.

Em Pernambuco, as praias de Boa Viagem e Porto de Galinhas foram as mais procuradas, sob os guarda-sóis, caminhando na areia ou refrescando-se nas águas do mar, via-se uma multidão.

Aracaju segue com firme medidas de segurança: na orla, bares e restaurantes seguem fechados, a ocupação hoteleira é baixa e as praias estão tranquilas.

Já no balneário de Guarapari, região metropolitana de Vitória (ES), vendedores e banhistas estavam proibidos de permanecerem nas praias até sexta-feira (4). Com a liberação para o feriadão da Independência os capixabas capricharam nas areias, o clima era de descontração e normalidade.

Cachoeiras também são fortes atrativos nesse feriadão. Na Bahia, a Chapada Diamantina recebeu grande visitação de turistas, em Lençóis a taxa de ocupação hoteleira é de 80%. Nos arredores de Brasília, as cidades de Pirenópolis e Alto Paraíso (GO), com suas belas e atraentes cachoeiras, também registraram alto índice de visitações. Na cidade de Alto Paraíso, que fica na Chapa dos Veadeiros, hotéis e pousadas estavam lotados.

Nas redes sociais nem tudo é festa. Muita gente está reprovando a atitude dos farristas de feriado, preocupados também com a segurança sanitária das pessoas que moram e trabalham nessas cidades que se veem repletas de pessoas que ninguém sabe que tipo de medida de segurança adotaram durante a pandemia, mas já percebem que no feriadão o que mais se nota é o desleixo e o afrouxamento quanto às normas de segurança.

O saldo de toda essa “flexibilização” chegará daqui a duas semanas e servirá de alerta aos governos municipais e estaduais para o feriado do próximo mês.

Confira a repercussão das aglomerações nas redes.


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