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16 de setembro de 2020
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12:08

Bolsonaro nomeia Carlos Bulhões, terceiro colocado na lista tríplice, como novo reitor da UFRGS

Por
Luís Gomes
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Carlos André Bulhões Mendes foi nomeado novo reitor da UFRGS | Foto: Divulgação

Da Redação

O Diário Oficial da União desta quarta-feira (16) traz a publicação da nomeação do professor Carlos André Bulhões Mendes como novo reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para os próximos quatro anos. A nomeação, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro, na terça-feira (15), confirma o que já vinha sendo anunciado pelo deputado federal Bibo Nunes (PSL).

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Professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), Bulhões concorreu na consulta interna feita à comunidade acadêmica em julho passado pela chapa 1, ao lado da professora Patricia Helena Lucas Pranke, da Faculdade de Farmácia (FACFAR). Eles ficaram em terceiro lugar na consulta, o que os levou a serem apresentados como o terceiro nome da lista tríplice encaminhada ao presidente da República.

Atual reitor, Rui Vicente Oppermann ficou em primeiro lugar. Seu mandato termina no próximo dia 20.

Nomeação foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta (16) | Foto: Reprodução

Por lei, é prerrogativa do presidente da República definir os nomeados para o cargo de reitor das universidades federais a partir da lista tríplice encaminhada pelas instituições. Desde o governo Lula, o costume adotado pela Presidência era indicar o primeiro colocado da lista, mas não é o que tem acontecido durante o governo Bolsonaro.

Reportagem publicada pelo Sul21 nesta terça-feira (15) trouxe um levantamento de que, em pelo menos 14 oportunidades desde o início da gestão, Bolsonaro decidiu pela nomeação de um reitor ou diretor de instituições federais de ensino que não encabeçava uma lista tríplice ou sequer constava entre os nomes indicados a partir das consultas internas, o que vem sendo denunciado como uma forma de intervenção para colocar nos cargos apoiadores ou professores ligados a aliados políticos,

A posição oficial do MEC, nas outras oportunidades, tem sido de que não há hierarquia na lista tríplice enviada ao presidente e que “qualquer um dos três nomes pode ser indicado para o cargo de reitor e vice-reitor”.

Como reação imediata à nomeação, a deputada federal Maria do Rosário protocolou nesta manhã um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para sustar a nomeação de Bulhões como reitor. Na justificativa do projeto, Rosário diz que a “nomeação de um nome interventor, afeito ideologicamente ao Presidente da República mas distante da democracia universitária descumpre os princípios do Art. 207 da Constituição Federal de 1988, a saber: Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”.

O texto diz ainda que “as nomeações de interventores nas universidades pelo governo do Sr. Jair Bolsonaro demonstram, por fim, o pouco apreço deste governo pelo regime democrático”.


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