Geral
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17 de julho de 2020
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22:07

‘Não dá pra fazer carreira na política de rua, mas dá pra fazer história’, diz ‘Galo de Luta’, dos entregadores antifascistas

Por
Luís Gomes
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‘Não dá pra fazer carreira na política de rua, mas dá pra fazer história’, diz ‘Galo de Luta’, dos entregadores antifascistas
‘Não dá pra fazer carreira na política de rua, mas dá pra fazer história’, diz ‘Galo de Luta’, dos entregadores antifascistas
Paulo Lima (dir.) foi o convidado da última edição da Live de Sexta | Foto: Reprodução

Da Redação

A edição desta semana da Live de Sexta conversou com Paulo Lima, mais conhecido como Galo de Luta, liderança do movimento dos entregadores antifascistas de São Paulo. Em conversa com a editora Ana Ávila e com o repórter Luís Eduardo Gomes, Galou fala sobre a mobilização da categoria que resultou no Breque dos Apps no dia 1º de julho e que terá uma nova edição nacional no próximo dia 25. Fala também sobre o processo de construção do movimento de entregadores antifascistas e sua recepção dentro da categoria dos entregadores, além, é claro, de abordar as reivindicações dos trabalhadores de aplicativos.

Para ele, o movimento de entregadores antifascistas busca ocupar um espaço de conscientização da categoria e de enfrentamento da negação da política.

“Os trabalhadores, hoje, estão negando a política, porque eles não sabem se as coisas são verdade ou se as coisas são mentira, como eles estão preocupados em sobreviver e não entendem muito bem, aí eles tapam o ouvido. Aí ficam apolítico. Quando você nega a política, você abre espaço pro fascismo, por isso que nós somos os entregadores antifascistas, porque a gente quer ocupar um espaço que precisa ser ocupado, que é o espaço da consciência de classe, é o espaço da luta de classes. A gente quer mostrar para os irmãos que a política não é uma coisa ruim, que a política é uma ferramenta de transformação, que nós trabalhadores temos que se apoderar dela e utilizar ela a nossa favor. Não é só de terno e gravata e caneta na mão que se faz política, se faz política de punho cerrado em cima da moto também”, diz

Ao ser questionado sobre como começou a se interessar pela política, Galo diz que a escola política dele foi o hip-hop. “Eu sou uma das crianças do hip-hop que cresceu”, afirma.

Questionado como vê a política institucional e as possibilidades de representantes do movimento seguirem este caminho, inclusive ele próprio, Galo responde que imagina que este é um espaço que deverá ser ocupado pelos entregadores, mas que não pensa em se candidatar. “Não dá para fazer carreira na política de rua, mas dá para fazer história”, afirma. “Eu quero provar que a política de rua pode fazer história. E fazer história é muito mais foda que fazer carreira. Eu quero que os livros contem essa história no futuro, não quero fazer carreira”.

Confira a íntegra da conversa com Paulo Lima, o Galo de Luta, na Live de Sexta:


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