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10 de julho de 2020
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18:11

Desmatamento na Amazônia em junho é o maior desde 2015

Por
Sul 21
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Desmatamento na Amazônia em junho é o maior desde 2015
Desmatamento na Amazônia em junho é o maior desde 2015
(Foto: Ibama)

Da Ansa Brasil

Dados revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira (10) indicam que a Amazônia Legal registrou 1.034,4 km² de área sob alerta de desmatamento em junho. Este é o pior resultado para um mês de junho desde o início da série histórica e o nível de alerta mais alto desde 2015, o que representa um crescimento de 10,65% em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2019, os dados apontaram desmate de 934,81 km².

Ao todo, são 14 meses consecutivos de alta no desmatamento da floresta em relação aos dados anteriores. Já no acumulado do semestre, os alertas registraram devastação em 3.069,57 km² da Amazônia, um aumento de 25% em comparação ao primeiro semestre de 2019. Todas as informações foram consolidadas pelo sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.

À respeito dos últimos 11 meses, desde agosto de 2019, data em que o calendário anual para fins de detecção dos dados é iniciado, os números revelam o corte da floresta em uma área de 7.566 km², ante 4.589 km². Já na comparação com maio, houve um aumento de 24,31% em relação ao mesmo mês de 2019, que também já havia registrado um recorde para o período.

Os novos números foram divulgados um dia depois do vice-presidente Hamilton Mourão participar de uma reunião com investidores estrangeiros, que pressionaram o governo para reduzir o desmatamento na Amazônia. Na ocasião, o vice de Jair Bolsonaro afirmou ao grupo que o Brasil tenta diminuir o desmate. Segundo ele, os investidores esperam ver resultados da política ambiental antes de retomar os investimentos. Apesar do compromisso por parte do governo para preservar o meio ambiente, os dados mostram aumento na tendência de corte da floresta.

A Amazônia Legal é uma área que engloba os nove estados que fazem parte da bacia do Rio Amazonas, sendo eles: Acre, Amapá, Amazonas, parte do Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Hoje, o governo federal decidiu prorrogar até 6 de novembro a presença das Forças Armadas na Amazônia Legal. O decreto de Garantia da Lei e da Ordem, assinado por Bolsonaro, foi publicado nesta sexta-feira (10) no Diário Oficial da União, com a autorização. Com a decisão, fica estendido o prazo para a realização da Operação Verde Brasil 2, voltada para coibir a prática de crimes ambientais na região. A operação é direcionada ao combate ao desmatamento ilegal e a focos de incêndio.


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