Da Redação
O Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) enviou na manhã desta quarta-feira (15) um ofício ao secretário estadual de Educação, Faisal Karam, pedindo a suspensão imediata do reenquadramento do difícil acesso – que teve o nome mudado para adicional de local de exercício na reforma administrativa aprovada no início do ano -, respeito à representação sindical e o fim da pressão sobre direções escolares e a categoria.
De acordo com o Cpers, o ofício é uma resposta ao fato de que, entre segunda e terça-feira desta semana, direções de escolas estaduais foram surpreendidas por ordens das mantenedoras para o preenchimento, em muitos casos em menos de 24 horas, de formulários com informações detalhadas para efetivar a mudança do adicional.
Entre as exigências consta, por exemplo, a declaração de empresas de transporte de ônibus, informando que os horários das linhas são incompatíveis com a localização dos estabelecimentos. Quem não conseguir a declaração em menos de um dia, de acordo com a orientação da Seduc, deve assinar e se responsabilizar pela informação prestada.
O sindicato também diz ter tido acesso a minuta de um decreto que irá mudar os valores para o difícil acesso e que representaria uma “perda brutal” para a categoria. “Em meio à pandemia, o governo Eduardo Leite (PSDB) quer poupar às custas de quem já sobrevive com os salários cortados, atrasados e parcelados”, critica o Cpers em nota.
O Cpers critica, ainda, o volume de decisões impostas de cima para baixo, sem qualquer diálogo com a categoria e tampouco com a sua representação sindical.
“Reiteramos que a posição é agressiva e autoritária tanto em relação ao conteúdo quanto em relação ao prazo exíguo de exigência para as informações. Este tipo de movimento leva a crer que o governo se aproveita da pandemia para impor um retrocesso ainda maior nas condições de trabalho, na retirada de recursos no contracheque dos educadores e, consequentemente, na qualidade da educação”, afirma o ofício.